A moscadeira (Myristica fragrans, família das miristicáceas) é originária das ilhas Banda nas Molucas.
Encontramo-la nos trópicos dos dois hemisférios: na Malásia e nas
Molucas (ver Indonésia), na ilha de Granada ao largo da Venezuela e,
desde há pouco mais de meio século, nas Antilhas Francesas.

Este árvore dióica, de porte piramidal, atinge entre 10 e 20 m de
altura. A árvore fêmea produz um fruto globular carnudo, com o tamanho
de um ovo, semelhante a um grande *Alperce amarelado, que, quando
maduro, se abre em duas válvulas libertando uma semente ovóide, muito
dura, de cor acastanhada/ envolvida por um invólucro camudo: o macis. O
Macis seria talvez a parte mais valiosa da Noz Moscada, pela doçura do
seu aroma e pela produção ser bem menor.
Esta semente seca-se em lume brando e a sua casca lenhosa é assim
eliminada. Depois de aberta/ o seu cheiro suave revela-se logo que é
raspada. Assim/ o produto a que se chama «noz-moscada» não é o fruto da
moscadeira, mas a amêndoa que o seu fruto encerra.

Antigamente distinguia-se no comércio, a Noz-Moscada macho ou
silvestre, proveniente das árvores não cultivadas, da Noz-Moscada
fêmea.
Sendo a fêmea, uma árvore de porte menor, mas uma noz mais aromática.
Desconhecida dos Antigos/ a noz-moscada só teria surgido no Ocidente no
principio da Idade Média, importada pelos árabes. Tinha uma grande
reputação terapêutica. Paulini, em 1704/ propõem-na como remédio para
138 doenças distintas! Mas, em doses elevadas, tem as propriedades
narcóticas, convulsionantes e alucinógenas que a escola de Salemes
previra (ver Simples), ensinando que «uma noz-moscada é saudável, uma
segunda faz mal/ uma terceira mata».

Bonitos objectos, muitas vezes preciosos, foram especialmente
fabricados para conservar e raspar a noz-moscada no momento da sua
utilização: nomeadamente para temperar o melão fresco/ as costeletas de
borrego/ a perna de cabrito ou, ainda/ o molho-branco que acompanha um
prato de couve-flor. Nos países germânicos, e uma forma de tempero para
os purés de maçã. Também se encontra noz-moscada nas fórmulas de alguns
vermutes e licores.

Alperce
– É uma boa fonte de betacaroteno, a forma vegetal da vitamina A, que é um antioxidante.
– Os alperces secos são uma fonte razoável de ferro, fibras e potássio que podem baixar a tensão arterial.
– Os alperces frescos possuem fibras e poucas calorias.
– O sumo é uma boa fonte de vitamina C.
– Os conservantes de certos alperces secos podem provocar crises de asma.

A pimenta …
A pimenteira (Piper nigrum, família das piperáceas) é um arbusto
trepador originário da Índia e muito cultivado em países tropicais,
como a Indonésia, a Malásia, as ilhas do Pacífico, a Africa equatorial.
Esta liana vivaz tem bagas sésseis, globulosas, primeiro verdes, depois
amarelas e vermelhas quando maduras, de 1 a 10 por centímetro, em
longas ramadas.

A pimenta pode ser colhida ainda verde ou no princípio da maturidade e
seca ao sol: é a pimenta-preta; ou colhida em plena maturidade, imersa
em água e depois libertada do seu epicarpo: é a pimenta-branca. O
especieiro propõe pimenta, preta ou branca, em grão, esmagada ou em pó.
Verde, existe seca e em salmoura, ou melhor, liofilizada.

Nos primórdios do seu comércio, apimenta era importada em espiga. Os
antigos escritos sânscritos mencionam-na com frequência e, no século IV
a.C., Teofrasto distinguiu duas espécies: a comprida e a redonda. Na
Idade Média, era mais procurada pelas suas virtudes medicinais do que
pelas suas virtudes gustativas: os médicos prescreviam-na como
afrodisíaco, sob forma de decocção (pimenta-preta e pimenta-branca,
tomilho, gengibre, sementes de anis, tudo pilado e fervido numa solução
de açúcar e água). Um autor do século XVI conta ter visto «cachos
inteiros de pimenta conservados em salmoura» no Dorsetshire e em
Londres. Existem pimentas muito diferentes: pimenta-comprida (Piper
longum), pimenta-de-cauda (Piper cubeba), pimenta da Guiné (Piper
guineensis) e também falsas pimentas, que, embora não pertençam à mesma
família botânica, desempenham um papel semelhante: malagueta, pimenta
de Chechuan (Xanthoxylum piperitum, da família das rutáceas),
bagas-rosa (Schinus therebenthifolius), bagas de murta, bagas de
agnocasto, etc.