Jogando mais solta, a seleção brasileira masculina de basquete venceu nesta quinta-feira o Canadá, por 98 a 63, pela segunda rodada dos Jogos Pan-Americanos, na Arena Olímpica, em Jacarepaguá. Com o resultado, o País garantiu vaga na semifinal da competição e volta à quadra nesta sexta-feira, às 15h, contra Porto Rico para decidir a primeira posição do Grupo A. Ambas somam quatro pontos, com duas vitórias cada.

Mais uma vez a força do time veio do garrafão com Murilo, cestinha da partida com 24 pontos. “Hoje (quinta), nós melhoramos nos rebotes defensivos e conseguimos jogar mais soltos no segundo tempo”, avaliou Murilo.

Também pelo segundo dia consecutivo, o Brasil entrou em quadra com uniforme improvisado pela fornecedora oficial, sem os nomes dos atletas nas camisas e com comprimento enorme. E a vestimenta não ficará pronta até o final da competição. O primeiro lote já tinha apresentado problemas, com as roupas não ajustadas ao tamanho dos atletas. Só na véspera da estréia, na terça-feira à noite, o Brasil recebeu a segunda remessa, também com falhas.

O ala/armador Marcelinho Machado, o mais experiente do grupo, conhecido por sua característica de pontuador, mostrou desde a estréia contra as Ilhas Virgens que veio ao Pan jogar para a equipe. Saiu de quadra com cinco assistências e nove pontos. Está satisfeito com sua evolução. “Não é que estou envelhecendo, mas ganhei experiência na Europa, visão de jogo. Também melhorei minha característica defensiva, que era meu ponto fraco. Não só eu, mas todos nós buscamos melhorar em todos os fundamentos”, disse o armador, de 32 anos, que defende o Zalgiris Kauras, da Lituânia.

Quem também foi bem nas assistências foi o armador Valtinho, de volta ao grupo nesse Pan, após ficar fora da seleção brasileira por quatro anos, em razão de contusão. Ele deu três assistências e ainda contribuiu com 10 pontos.

“Nós sabemos que se ficarmos pensando no individual, não vamos conseguir nada. Hoje (quinta), usamos bastante os passes”, afirma o atleta, que teve o apoio de Nenê Hilário, do Denver Nuggets, da NBA, para voltar ao grupo. Mas Valtinho diz que “falar desse apoio do amigo, já é passado”, ao explicar que no Campeonato Nacional estava com dor nos dois tornozelos e o técnico Lula Ferreira consultou o atleta para saber sobre sua condição física.

Outro destaque da partida foi o ala Marcus Vinícius, o Marquinhos, que defende o New Orleans Hornets e tem mais um ano de contrato garantido com o time da NBA. Após uma atuação apagada no primeiro jogo, com apenas quatro pontos, Marquinhos subiu de produção, com 14 pontos e cinco rebotes. “Não tivemos muito tempo para treinar. Aos poucos vou subindo de nível. A vitória foi mérito do talento do grupo”, analisou o jogador carioca, pela primeira vez em um Pan.

No ginásio cheio, com 8.300 pessoas, Marquinhos contou com o apoio especial da família: a mulher (Sigrid), filha (Maria Eduarda, de dois anos), e a mãe (Eleide).

RIVAL DIFÍCIL – Contra Porto Rico, que acabou com o sonho das Ilhas Virgens chegarem à fase decisiva, a equipe brasileira espera um jogo “truncado”. “É um time de tradição e força”, disse Lula. O pivô Peter John Ramos e o armador Jose Juan Barea são os destaques do time porto-riquenho. Ambos atuam na NBA. O primeiro no Washington Wizards, e o segundo, no Dallas Mavericks