A única medalha do Brasil no terceiro dia de provas do atletismo no Pan do Rio, nesta terça-feira, veio de uma modalidade difícil de acompanhar e pouco conhecida do grande público. Carlos Chinin, de 22 anos, conquistou o bronze no decatlo, com o total de 7.977 pontos, graças a uma reação emocionante na última prova do programa, os 1.500 metros.
Carlos Chinin deixou a pista do Estádio João Havelange muito aplaudido pelo público e estranhou a súbita popularidade de um decatleta. “Nunca tinha visto tanta gente torcendo pelo decatlo. É ótima a sensação de levantar os braços e comemorar. Me sinto em um palco, como um superstar”, afirmou o atual campeão brasileiro da modalidade.
O jamaicano Maurice Smith foi o campeão do decatlo no Pan do Rio com 8.278 pontos, seguido pelo cubano Yodan Garcia (8.113 pontos), que levou a prata.
Acompanhar o decatlo é montar uma equação matemática. São 10 provas – 100 metros, salto em distância, arremesso do peso, salto em altura, 400 metros, 110 metros com barreiras, lançamento do disco, salto com vara, lançamento do dardo e 1.500 metros – divididas em dois dias de competição.
Na segunda-feira, Carlos Chinin terminou o primeiro dia do declato como vice-líder. Mas o brasileiro acabou perdendo pontos em provas de lançamento de disco e de dardo, nas quais é mais fraco. Assim, estava em quarto lugar até a penúltima prova e tirou a diferença para o norte-americano Ryan Harlan, terceiro colocado até então, na pista.
“Eu sabia que ia ser difícil, mas precisava correr muito. Acabei ajudado pela torcida e ainda fiz o meu melhor tempo (4m23s99)”, afirmou o decatleta brasileiro.
Carlos Chinin venceu o Troféu Brasil de Atletismo, em junho, depois de se recuperar de uma grave fratura no pé, sofrida em 2005. Agora, mira os Mundiais Universitário e Adulto. “Sei que ainda tenho muito que melhorar”, avisou o medalhista de bronze no Pan do Rio.