Falta de ventos cancela regatas e prejudica Scheidt

Ele vai depender de uma combinação de resultados para chegar ao tetracampeonato

Agência Estado

Sem praticamente nenhuma brisa na Baía de Guanabara, todas as regatas das competições de vela do Pan-Americano foram canceladas nesta sexta-feira. O que acabou prejudicando o maior nome do esporte no Brasil, Robert Scheidt. Agora, ele vai depender de uma combinação de resultados na regata da medalha, sábado, para chegar ao tetracampeonato no Pan. O brasileiro, que tem a segunda posição na classe laser, precisa vencer e ainda torcer para que o líder, o norte-americano Andrew Campbell, não chegue em segundo.

Scheidt tem 17 pontos perdidos e ocupa a vice-liderança do campeonato. Andrew Campbell tem 14. O argentino Julio Alsogaray é terceiro, com 19. “Foi mais um dia perdido, infelizmente. A situação ficou apertada, mas ainda dá. Se a diferença fosse de dois pontos, levava o ouro quem chegasse na frente. Como são três pontos, preciso chegar na frente do Campbell e ainda colocar um barco entre a gente”, disse o medalhista de ouro nos Pan-Americanos de Mar del Plata/95, Winnipeg/99 e Santo Domingo/2003.

Além dos três, disputam a Regata da Medalha o chileno Matias del Solar, quarto com 28 pontos perdidos, e o canadense Mike Leigh, com 30. “Serão apenas duas voltas e, aproximadamente, 25 minutos”, disse Scheidt.

Na prancha à vela, Patrícia Castro também teve problema similar ao de Scheidt por causa da falta de ventos da sexta-feira. Ela segue na vice-liderança, mas tem três pontos de desvantagem para a canadense Dominique Vallée.

HOBIE CAT – A dupla brasileira Bernardo Arndt e Bruno Oliveira, que liderava a classe hobie cat, foi desclassificada e, se não tiver o recurso atendido na manhã deste sábado, vê anulada uma participação quase perfeita no Pan-Americano.

Os dois velejadores tinham grande chance de garantirem por antecipação a medalha de ouro, porém, cinco equipes adversárias protestaram contra uma das peças do barco brasileiro, a adriça, que estaria fora do padrão da classe por ser de alumínio e fibra de carbono. Os juízes da competição consideraram justa a reclamação e, na noite de sexta-feira, desclassificaram a dupla do Brasil, que tinha 11 pontos perdidos contra 20 do barco da Guatemala, segundo colocado.

Se o recurso brasileiro for aceito, os brasileiros nem precisarão disputar a regata da medalha, pois não serão ultrapassados por nenhum adversário. A decisão deve sair no início da tarde, momentos antes da regata da medalha.

OUTRAS CLASSES – Nas outras decisões da vela, o País terá oito representantes. Além da hobie cat, mais três barcos brasileiros lideram.

Ricardo Winicki, o Bimba, na RS:X, precisa de apenas um segundo lugar para garantir o ouro. Ele tem quatro pontos de vantagem sobre o mexicano David Terán.

Na snipe, situação parecida com a de Bimba. Alexandre Paradeda e Pedro Amaral têm 12 pontos perdidos e dois de vantagem sobre os uruguaios Pablo Defazio e Eduardo Medici.

Na classe J-24, o veleiro capitaneado por Maurício Santa Cruz tem apenas um ponto na frente dos argentinos. Por isso, tem de brigar pela vitória na regata da medalha.

Mesmo sem a liderança, o Brasil tem boas chances de ficar com a medalha de ouro na classe lightning. O trio liderado por Cláudio Biekarck está um ponto atrás do barco chileno e, se vencer sábado, garante a primeira colocação.