Rio de Janeiro – Agentes
da Força Nacional de Segurança, que trabalharam nos Jogos
Pan-Americanos, fazem demonstração de técnicas de imobilização e de uso
não-letal. Método pode ser usado para situação de violência sem a
necessidade de armamento
Rio de Janeiro – A Força Nacional de Segurança veio aos Jogos
Pan-Americanos não só preparada para fazer uso de armas de fogo, em
caso de necessidade, mas recebeu também treinamento especial de
técnicas não letais (artes marciais, bastões e spray de pimenta) – a
técnica é recomendada para uso em situações que envolvam risco à
população. Em fevereiro, o comando da força destinou à tropa um curso
específico, que durou quase três meses, para utilização nas praças
esportivas cariocas. Nos 16 dias de competição, em apenas uma
oportunidade os policiais fizeram uso de uma arma não letal – uso do
spray durante tumulto em uma das bilheterias do Maracanã na abertura
dos jogos, no dia 13.

“O Pan transcorreu dentro da normalidade. O spray no Maracanã foi usado
em pequena escala. Mas em nenhum momento houve necessidade de uso das
artes marciais para imobilizações ou contra-golpes em caso de agressão.
Tivemos um público bastante comportado durante os jogos”, elogiou o
capitão Joilson Amâncio, um dos instrutores de artes marciais da Força
Nacional. Segundo ele, as técnicas não letais são utilizadas em grandes
eventos que reúnem multidões, evitando-se o uso de armas de fogo nesses
locais. “Estamos incrementando o uso dessa habilidade na tropa, e
iniciamos com o Pan”, pontuou.

“Os golpes de artes marciais são “técnicas de mão livre” trazidas do
caratê, taekwondo, judô e aikidô, dentre outras modalidades. Utiliza-se
também um aparelho de madeira conhecido como tonfa, originário da Ásia,
e o bastão retratio. A composição desses elementos permite ao policial
não só imobilizar e conduzir o oponente, como também se defender de
ataques com armas ou bastões de ferro e madeira, possibilitando o
contra-golpe. “Usa-se a força do adversário contra ele mesmo”, explica
o capitão. “O legado que a FNS deixa não é só de equipamentos, mas
também de capacitação da tropa no uso de técnicas não letais, que serão
levadas pelos policiais aos seus estados de origem”.

De acordo com o sargento Roosevelt Correntes da Silva, a diferença
entre o policial preparado, que passou pelo treinamento de técnicas não
letais, e um outro que faz apenas uso do armamento, percebe-se na hora
em que há necessidade de uso da força. “Se o policial conhece um pouco
de defesa pessoal, vai ter muito mais facilidade de dominar o meliante.
Caso contrário, terá que partir para a força bruta, que pode ser
perigoso”, destacou.

Centenas de policiais da Força Nacional participaram dos Jogos
Pan-Americanos (o comando não divulgou o número preciso “por questões
de segurança”). Começaram a chegar ao Rio de Janeiro no início do ano,
primeiramente para atuar nas divisas do estado, depois foram ocupando
espaços em alguns pontos da capital carioca.