Nada melhor do que uma medalha para o atleta desabafar, falar tudo o que sente. E Juliana Veloso, ao conquistar o bronze na plataforma de dez metros, nesta quinta-feira à tarde, no Parque Aquático Maria Lenk, não fugiu à regra. Disse que o terceiro lugar era a resposta para todos aqueles que a consideravam acabada para o esporte.

“Dois meses antes de iniciar o Pan, estava desmotivada. E muita gente falou que eu estava velha e acabada. Mesmo assim, consegui recuperar minha alegria, junto de meus familiares”, disparou Juliana. “Neste período troquei de treinador (Francisco Ferrer) e falaram que estava louca. Só porque minha técnica (Andréia Boeme) não tem experiência internacional.” Feito o desabafo, Juliana era só festa pela medalha de bronze, apesar de, em Santo Domingo, em 2003, ter conquistado a prata na mesma prova.

Nem mesmo o fato de antes do início do Pan ter reclamado da qualidade do piso da plataforma, posteriormente trocado, tirou o seu bom humor.

“Muita gente tem medo de falar a verdade. O chão estava ruim. Não vou falar que a troca me deu a medalha, mas aumentou minha confiança”, frisou Juliana.

Na prova, a medalha de ouro foi conquistada pela mexicana Paola Espinosa, com 380.95 pontos, seguida pela americana Haley Ishimatsu, 364.60, e Juliana, 356.25. A outra brasileira na disputa, Milena Sae, terminou na décima posição, 267.40.

Juliana destacou que a surpresa da competição foi o quarto lugar obtido pela canadense Emilie Heymans, atual campeã mundial. Por isso, disse que na prova de saltos o mais importante é o “momento” do atleta.

Nesta quinta, o Brasil voltará a competir na final da plataforma de dez metros sincronizado e será representado por Milena Sae e Evelyn Winkler. Os homens disputarão a prova de saltos no trampolim de 3 metros individual: Cassius Duran e Cesar Castro.

Duran e Castro ficaram na sexta e última colocação na prova de trampolim de três metros sincronizado, quarta-feira. Os dois não se mostraram decepcionados com o resultado. A vitória na disputa foi dos americanos Mitchell Richeson e Troy Dumais, seguidos pelos cubanos Erich Fornaris e Jorge Betancourt e pelos canadenses Alexandre Despatie e Arturo Miranda.

“Era o que dava para fazer. Infelizmente, moro no Rio e ele, em Brasília, não treinamos juntos. Só há dez dias passamos a treinar”, destacou Duran. “Se tivéssemos mais tempo de treinamento seríamos bem melhores.”