Fogos de artifício na festa de encerramento do Pan-Americano, no Maracanã: estrutura para receber o evento teve altos e baixos 
O tom finalmente realista do discurso do presidente da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa), o mexicano Mario Vázquez Raña, demonstrou que, entre erros e acertos, a pretensão brasileira de sediar uma Olimpíada ainda precisa ser muito bem trabalhada.
Para Raña, o Pan do Rio — que ontem teve a ceromônia de encerramento, no Maracanã, com algumas vaias em muitas coreografias — foi o melhor da história, repetindo a fala que marcou toda sua permanência na cidade. Mas o dirigente demonstrou que é,acima de tudo, um empresário (domina uma fatia das comunicações em seu país) e, como tal, o que vale é o saldo calculado na ponta do lápis.
Primeiro, os elogios. A cidade abraçou a competição, como espera um evento desse porte, participando ativamente das provas disputadas por brasileiros. O apregoado caos no trânsito não aconteceu, embora funcionasse razoavelmente o esquema de via exclusiva, em ruas e avenidas, para os participantes do Pan. Também o sistema de transporte específico para delegações e imprensa, item obrigatório, teve um bom rendimento.
O Pan provocou ainda um impacto econômico favorável para a cidade, com 30% no faturamento de bares e restaiurantes, em relação ao mesmo período no ano passado, e R$ 20 milhões a mais na hotelaria, mesmo com a crise aérea.
Quanto às estruturas construídas especialmente para o Pan — responsáveis por boa parte dos R$ 3,7 bilhões investidos no evento — , o Estádio João Havelange, o Complexo Maria Lenk, o Velódromo e a Arena, além da reforma do Maracanãzinho, provocaram boas impressões em dirigentes, atletas e imprensa estrangeira, pela beleza e funcionalidade. Porém, todas elas tiveram problemas. Nada comparado, porém, à Cidade do Rock, onde foram disputadas as competições de beisebol e softbol — esta, devido às chuvas, não se encerrou.
O público trambém sofreu com a alimentação e a venda de ingressos foi problemática. Diversos bilhetes não tinham marcação de assento, ferindo o Estatuto do Torcedor. Pequenos detalhes que podem arranhar a pretensão do Rio em sediar a Olimpíada de 2016.