Assim como Fernando Meligeni no Pan de Santo Domingo, em 2003, o tenista paulista Flávio Saretta venceu o chileno Adrian Garcia por 2 sets a 1, com parciais de 6/4, 3/6 e 6/6 (7/2), e conquistou o bi do tênis nacional na competição. Curiosamente, Meligeni havia conquistado o ouro na República Dominicana sobre outro chileno, o ex-número 1 do mundo Marcelo Ríos. E não faltou emoção às duas decisões.
 


Mesmo antes de começar, a final do tênis já causava polêmica. Por conta das chuvas que vêm castigando a cidade do Rio de Janeiro, a partida teve de ser transferida do Clube Marapendi para uma academia no bairro do Recreio dos Bandeirantes, onde a quadra é coberta. E por conta disso, quase ninguém pôde prestigiar a suada vitória do brasileiro.


 


Favorito ao ouro, Saretta começou a partida tendo seu saque quebrado, mas logo devolveu a quebra, confirmou em 3/2 e superou o serviço de Garcia mais uma vez, abrindo uma boa vantagem de 4/2. A partir daí, o brasileiro administrou o resultado e com certa tranqüilidade fechou o primeiro set em 6/3 em 44 minutos.


 


O segundo set começou temeroso para o brasileiro mais uma vez. Saretta desperdiçou dois break points no primeiro game e teve seu saque quebrado logo depois. Mas a história se repetiu e o paulista voltou ao jogo devolvendo a quebra, confirmando seu saque no quarto game e superando o serviço do chileno no quinto: 3/2 a favor do Brasil.


 


Porém, quando tudo parecia se encaminhar para uma vitória sem mais sustos para o brasileiro, Garcia voltou a quebrar o saque de Saretta e logo confirmou no game seguinte, virando o marcador para 4/3. Depois foi só administrar até empatar a partida em 1 set a 1 com um 6/4.


 


Ao contrário dos sets anteriores, foi Saretta que quebrou o saque do adversário logo no primeiro game do terceiro e decisivo set, porém, cedeu outra quebra para o chileno, que depois confirmou o serviço e virou para 2/1.


 


O quarto game foi uma verdadeiro sofrimento, com muitos break points a favor de Garcia. E de tanto insistir, o chileno conseguiu superar o serviço de Saretta mais uma vez e tinha o jogo na mão com uma vantagem de 3/1.


 


No entanto, o jogo sofreu mais uma reviravolta. Saretta quebrou o saque de Garcia e voltou ao jogo com a confirmação do serviço no sexto game, empatando o set em 3/3.


 


O chileno confirmou seu saque na no sétimo game, e para a surpresa dos poucos brasileiros que viam a partida, Saretta voltou a cometer muitos erros e deixou o adversário quebrar seu saque mais uma vez, ficando a um game da medalha de ouro. Mas Garcia, muito nervoso, permitiu novamente que o brasileiro voltasse à partida: 5/4 e saque para Saretta.


 


O tenista do Brasil conseguiu, finalmente, confirmar um saque e empatou o confronto, mas o chileno não se abalou com a recuperação do brasileiro e deixou o set em 6/5 ao seu favor, passando toda a responsabilidade para Saretta no 12.º game. Se o paulista vacilasse de novo, o ouro seria do Chile.


 


Mas Saretta foi para cima e levou a decisão para o tie break, que não foi menos emocionante que o resto da partida, com longas e nervosas trocas de bola. Confiante com a recuperação que teve no nono game, o brasileiro começou bem e logo abriu uma vantagem de 3/0. O chileno diminuiu para 3/1, mas jogou uma bola boba para fora, deixando o Brasil abrir 4/1. Aí Saretta fez um belo saque que o chileno mal conseguiu recepcionar: 5/1 e o ouro praticamente garantido. Já com 6/1 no placar, o brasileiro tinha cinco match points na mão, e na segunda oportunidade aproveitou uma dupla falta para garantir a medalha dourada.


 


Saretta acredita que poderia ter vencido o jogo mais fácil, logo depois que ganhou o primeiro set. Ele ainda ficou bastante surpreso com a partida. “Eu nunca salvei match point na semifinal e final seguidos”.