Chegou o dia que os jogadores da seleção brasileira de Vôlei esperaram por quatro anos: a revanche contra a Venezuela, que há quatro anos eliminou o time de Bernardinho na semifinal e frustrou essa geração vencedora, que até agora só não conquistou este título. O jogo será às 22h, com transmissão de Band, ESPN Brasil, Globo e SporTV. Quem vencer disputa o título no sábado com o vencedor de Cuba e Estados Unidos, que jogam na preliminar.

Foi exatamente nesta fase que o Brasil foi eliminado em Santo Domingo. Os atletas da seleção brasileira, sempre diplomáticos em relação aos adversários, dessa vez resolveram desabafar. “Não poderia ter semifinal melhor para a gente” desabafa Gustavo. “Esperamos por quatro anos esse dia chegar. Agora, nós vamos jogar tudo o que podemos.”

Bernardinho mantém a cautela em relação aos adversários. Apesar de saber que o clima de revanche existe, prefere acalmar os ânimos: “Na verdade, a vingança é contra nós mesmos. A palavra certa é a vitória, é o que vamos buscar. Emocionalmente, não tem o que ser feito. Não precisamos de nenhum trabalho psicológico, o pessoal está focado demais no Pan. Precisamos malhar, fazer um trabalho tático e técnico.”

Depois da derrota em Santo Domingo, quando os brasileiros viram os venezuelanos levarem a medalha de ouro, ficaram várias lições Bernardinho explica: “Em 2003, várias coisas deram errado: não jogamos bem, sacamos mal e a defesa não funcionou. Sabemos que o principal jogador deles é o mesmo, o Gomez (oposto), mas o meio, que se chama Ivan, tem jogado muito bem. Os times se conhecem bem.”

Gustavo e André Heller admitiram que há quatro anos o maior erro do grupo foi “entrar de salto alto em quadra”, o que não acontecerá desta vez. “Em casa, com torcida e o sentimento de que só nos falta esse título, as coisas serão diferentes”, diz Serginho, o Escadinha. “Aprendemos e não vamos mais cair nesta armadilha.”

Mais que os jogadores, é do banco venezuelano que vem o maior perigo: o técnico Ricardo Navajas, considerado o melhor técnico da década de 90. “Ele é uma armadilha. Conhece vários de nós muito bem, já foi meu técnico e de outros jogadores. Com certeza ele deve ter tentado passar para os venezuelanos as formas de nos marcar”, assinala Escadinha, comandado de Navajas quando atuava em Suzano.

Segundo os brasileiros, os rivais seguem a escola cubana de vôlei, com jogadores “saltadores e longilíneos, que complicam nossa vida”, segundo Bernardinho.