Nessa terça-feira última Lula chegou à África do Sul para tentar sacramentar sua projeção como líder global capaz de ditar pautas progressistas. Na verdade, já vem fazendo isso há algum tempo, tocando feridas abertas mas ignoradas  por tudo e por todos,  a exemplo do interesse dos países produtores de armas bélicas na manutenção da guerra da Ucrânia, ou da criação de uma nova moeda, em substituição ao dólar, nas negociações internacionais.

 Contudo, desta vez, no país de Nelson Mandela, estará ao lado de China, Rússia e Índia, potências mundiais e, o que é mais importante, não alinhadas com os EUA, o que pode impulsionar a projeção do nosso Sapo Barbudo.

 É fato, porém, que Lula não tem a juventude e energia de 20 anos atrás, quando surpreendeu o mundo com um governo popular e de forte matiz social, conseguindo elevar o patamar econômico do país, ao ponto de chegar a figurar com 6ª economia mundial, sem descuidar da melhoria de vida dos mais pobres, especialmente  em relação à extirpação da fome.

 Mas por outro lado, hoje é muito mais experiente, e seu ressurgimento após a perseguição lhe imposta pela Lava Jato, teve grande repercussão mundial, sobretudo junto aos grandes líderes mundiais, como Biden, Putin, Macron e  Xi  Jinping,   desenhando uma aura mítica em  torno de sua figura humana, tal como aconteceu com Mandela no final de século passado.

 É bem verdade que na política os interesses valem mais do que a simpatia ou credibilidade. Contudo, o próprio Lula sabe disso melhor do que ninguém, e quando esses aspectos puxam na mesma direção as chances de um acordo exitoso são muito maiores.

 Por isso, mesmo  mais velho e cansado, e com alguns problemas de saúde, Lula deve sair desse governo maior do que entrou, e talvez mais importante do que jamais foi, concretizando a profecia a estrela pop de primeira grandeza, Bono Vox: Lula hoje é  mundo!

Carlos Augusto Vieira da Costa é Procurador do Município de Curitiba