O que não é ser um advogado criminalista?

Redação Bem Paraná com assessoria
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Pexels/Sora Shimazaki

Muitas vezes mal compreendidos, os advogados criminalistas enfrentam um estigma que associa sua profissão à defesa de “bandidos”. Essa visão simplista e equivocada, amplamente difundida por leigos e, por vezes, pela mídia, ignora o verdadeiro papel desses profissionais no sistema de justiça. O advogado criminal Giuliano Wendler esclarece que o advogado criminalista não defende crimes ou criminosos, mas sim direitos fundamentais previstos na Constituição.

Na prática, o trabalho do advogado criminalista consiste em garantir que o devido processo legal seja respeitado. Como afirma Wendler, o advogado “não defende o crimeo crimepessoas, mas sim direitos”. Sua função é assegurar que todas as partes envolvidas em um processo criminal tenham seus direitos preservados, independentemente da acusação. Isso inclui, por exemplo, o direito à ampla defesa e ao contraditório, assegurados a todos os cidadãos pelo artigo 5º da Constituição Federal.

A ideia de que o advogado criminalista é um “defensor de bandidos” surge, em grande parte, da falta de compreensão sobre a importância do direito à defesa em uma sociedade democrática. O advogado criminal é uma figura essencial para o funcionamento da justiça, servindo como uma barreira contra possíveis abusos e até mesmo, erros por parte das autoridades judicial e policial, que possam passar desapercebido, e garantido que ninguém seja condenado sem provas concretas. Wendler ressalta que o compromisso desses profissionais é com o cumprimento da lei e não com a defesa de atos criminosos.

Além disso, o estigma de que “quem defende bandido também é bandido” é uma visão reducionista que ignora a complexidade do sistema judiciário. O advogado criminalista não é cúmplice de crimes, mas um operador do Direito que busca garantir que as normas legais sejam aplicadas de maneira justa e equitativa. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já se posicionou contra declarações irresponsáveis que sugerem que advogados que defendem acusados deveriam ser presos, enfatizando o dever de sigilo e a importância do papel do advogado na justiça.

É claro que maus profissionais auxiliam neste estigma negativo, mas segundo Wendler, estes são combatidos pelos próprios advogados que encaram sua profissão de forma séria, justa e honesta.

Por fim, para mudar a percepção negativa sobre a advocacia criminal, é necessário um esforço contínuo de conscientização. Advogados como Giuliano Wendler desempenham um papel crucial ao esclarecer a função social da advocacia criminal: garantir que até mesmo aqueles acusados dos crimes mais graves tenham uma defesa justa e imparcial, preservando, assim, os pilares de uma sociedade verdadeiramente democrática e justa.

Por fim, Wendler ressalta que todo e qualquer cidadão pode ser alvo de uma investigação e até mesmo processo criminal, ou ainda, ter alguém próximo que passe por tal infortúnio. Um simples acidente de trânsito, quando mal interpretado, pode ocasionar esta celeuma, e neste caso, o cidadão que passa a responder criminalmente, clamará por um bom profissional, que garanta a observância das regras do jogo.