Cult-Deadpool-e-Wolverine
Deadopol (Ryan Reynolds) e Wolverine (Hugh Jackman)(Divulgação / Disney)

‘Deadpool & Wolverine’ estreia na próxima semana, em 25 de julho, em Curitiba. Mas, desde bem antes, é o filme que vem causando mais expectativa dentre os longas de heróis. Há pelo menos 4 motivos para isso.

Primeiro, porque o mercado saturou de histórias de super-heróis, tanto da Marvel (estúdio do Deadpool, Homem-Aranha e Vingadores) quanto da DC (Batman, Superman). Não apenas com filmes, mas também com séries no streaming.

Segundo, porque o Universo Cinematográfico Marvel (MCU, pela sigla em inglês), que incorpora os heróis da editora, vem sofrendo para emplacar hits durante a Saga do Multiverso, iniciada em 2019, principalmente em comparação com a Saga do Infinito (encerrada em ‘Vingadores: Ultimato’, de 2019).

Terceiro, porque traz de volta Wolverine, o mutante mal-humorado interpretado por Hugh Jackman em 10 filmes. Ele era dado como morto em ‘Logan’ (esse spoiler prescreveu) e sua reaparição, por si só, gera expectativa.

Quarto, porque os filmes de Deadpool conseguem fugir do lugar-comum de filmes de heróis Seja pelo linguajar – tão pesado que faz os estúdios adotarem uma classificação indicativa restritiva –, seja pelo tipo de narrativa peculiar, seja pela verborragia do ator Ryan Reynolds, seja pela “quebra da quarta parede” – quando o personagem conversa diretamente com a plateia.

Estratégias
Há um quinto motivo para tanta expectativa, mas é por causa daquelas estratégias do estúdio, sob a mão firme do produtor Kevin Feige. Aqui cabe uma rápida cronologia. No fim dos anos 1990, a Marvel estava quase quebrada e vendeu os direitos de alguns personagens para aparecerem no cinema. A Fox comprou os direitos dos X-Men (Deadpool inclusive), do Demolidor e do Quarteto Fantástico. A UnIversal comprou o Hulk e o Namor. E a Sony comprou o Homem-Aranha e sua imensa galeria de vilões. Uma década depois, a Marvel abriu seu universo cinematográfico com aqueles que na época eram “refugos”: Homem-de-Ferro, Capitão América e Thor. Em 2009, a Disney comprou a Marvel. Em 2016, a Disney fez um acordo com a Sony para usar o Homem-Aranha. Em 2019, comprou a Fox.

Qual a consequência disso? Agora, a Disney é dona de quase todos e pode integrar o Quarteto Fantástico e os X-Men ao universo cinematográfico da Marvel. O estúdio já flertou com isso em ‘Doutor Estranho no Multiverso da Loucura’, com a aparição de Reed Richards, e na cena pós-créditos de ‘As Marvels’, com Monica Rambault sendo encontrada pelo X-Man Fera. Em ‘Deadpool & Wolverine’, a integração pode ocorrer de forma sólida e irreversível – embora os próprios atores não neguem nem confirmem

Assim, é curioso imaginar o filme do mercenário tagarela junto com o mutante mal-humorado. O ‘Bem Paraná’ dá umas pistas.

Dez coisas para esperar de ‘Deadpool e Wolverine’

1 Deadpool (Ryan Reynolds) será um pouco diferente do visto nos longas anteriores. No começo, ele não namora mais Vanessa (Morena Baccarin) – que volta a aparecer neste filme, apesar de ter morrido no anterior. E usa seu nome civil, Wade Wilson, no seu emprego de vendedor de carros usados. Vai se sentir como um peixe fora d’água, com uma vida ordinária, em contraste com a vida de mercenário.

2 A versão do Wolverine (Hugh Jackman) será diferente da que foi vista nos filmes dos X-Men ou nos filmes do próprio Wolverine. Aqui, ele vem de um universo alternativo onde decepcionou os habitantes e convive com arrependimentos por causa disso.

3 Wolverine vai usar o clássico traje amarelo, um dos mais populares nos quadrinhos. Aqui, o figurino é baseado em ‘Astonishing X-Men’. Nos filmes, o fato do personagem nunca usar o traje amarelo foi justificado – até de forma jocosa – em ‘X-Men’, de 2000. Wolnerine veste as roupas pretas de couro e pergunta: “Vocês sempre usam essa roupas?” A resposta de Ciclope, o líder da equipe: “O que você queria? Um collant amarelo?”

4 A vilã deve ser Cassandra Nova (Emma Corrin), uma mutante com poderes telecinéticos e que seria irmã gêmea de Charles Xavier com origens de outro mundo. A própria atriz afirma que se inspirou no personagem Hans Landa, de Christoph Waltz, do filme ‘Bastardos Inglórios’ (2009).

5 Pela sinopse do filme, a Autoridade de Variância Temporal (AVT) — uma organização burocrática que existe fora do tempo e do espaço e serve para monitorar a linha do tempo — tira Deadpool de sua vidinha tranquila e o coloca em uma missão com Wolverine. A AVT apareceu na série ‘Loki’.

6 Vários atores de filmes anteriores da Marvel produzidos pela Fox também reprisam seus papéis, como Aaron Stanford (Pyro, mutante que manipula fogo), Tyler Mane (Dentes-de-Sabre) e Jennifer Garner como a assassina Elektra Natchios, antagonista do Demolidor.

7 O linguajar e certas cenas mais pesadas dos filmes anteriores, com drogas e violência, devem se repetir nesse terceiro capítulo. Tanto que a classificação indicativa é “para maiores de 18 anos”. Ainda seria possível admitir “idade igual ou superior a 16 anos” nos cinemas, desde que portando documento de identificação oficial com foto, autorização legível do responsável legal (que ficará retida no cinema), ou acompanhado do um tutor.

8 Haverá pelo menos uma cena pós-créditos, uma tradição de filmes da Marvel. O conteúdo ainda é um mistério.

9 Deadpool protagonizou dois filmes, em 2016 e em 2018, ainda pela Fox – tanto que ele pertencia ao universo cinematográfico dos X-Men. O desenvolvimento de um terceiro filme começou em novembro de 2016, mas foi suspenso depois que a Disney comprou a Fox. O controle do personagem foi dado à Marvel Studios. Assim, o filme integra Deadpool ao Universo Cinematográfico Marvel (MCU, pela sigla em inglês).

10 “Mas Deadpool e Wolverine vão realmente se juntar ao Universo Marvel?” Tanto Ryan Reynolds quanto Hugh Jackman alimentam a pergunta com respostas suficientemente vagas para atiçar os fãs. “Não sei. Sim, veremos. Sim”, disse inicialmente Reynolds à revista Variety. “Claramente, esta é a nossa primeira grande entrevista desta turnê de imprensa. Não sei como responder”, complementou Jackman.