O Athletico Paranaense decidiu acionar seu plano de emergência para 2024. Com a demissão de Martín Varini, o clube desiste oficialmente de jogar futebol no ano do centenário. A contratação de Lucho González vem embalada pelo lema do próprio argentino: decisão não se joga, se ganha.
Em outras palavras, o Furacão parte para o estilo ‘ganhar de qualquer jeito’.
E faz todo o sentido. Já que o risco de rebaixamento virou realidade no Brasileirão. Agora, não há mais tempo para se preocupar com desempenho, apenas com resultados.
Bagunça
O Athletico começou o ano do centenário querendo jogar futebol, com um técnico com estilo ousado e com comportamentos excêntricos. Juan Carlos Osorio tem uma carreira marcada por altos e baixos. E, nos seus melhores momentos, mostrou um futebol de altíssimo nível.
No entanto, Osorio não foi compreendido pelo Athletico. Caiu pela má vontade de determinados jogadores e outras questões internas do clube.
Para quem não gosta do colombiano, é bom lembrar que o técnico não foi a única vítima do caótico ano do centenário. A guilhotina rubro-negra também pegou CEO, diretor de futebol e mais de dez profissionais do departamento de futebol.
Vestiário
Lucho González é uma boa aposta para tentar lidar com o maior problema do Athletico em 2024: o vestiário. Cuca caiu por causa da ‘boleirocracia atleticana’. No entanto, é difícil saber se o treinador foi apenas uma vítima ou se contribuiu ainda mais para o caos interno no clube.
Em todo caso, a história do futebol mostra que o vestiário vira problemático quando não há comando. E esse comando precisa ser claro, justo e austero, partindo da instância máxima da instituição. Ou seja, a estabilidade do departamento de futebol depende da postura dos dirigentes eleitos.
Estilo de jogo
Com a saída de Varini e a chegada de Lucho, fica difícil prever qual será o estilo de jogo do Athletico a partir de agora. A tendência é que o argentino faça um plano específico para cada partida, sendo reativo em determinados momentos e propositivo quando o adversário permitir.
Ofensivo
Varini apresentou um desempenho impressionante na parte ofensiva, com o Athletico criando uma quantidade expressiva de chances de gols em quase todas as partidas. Foi o técnico que conseguiu o melhor rendimento de Zapelli e de Cuello. Na parte defensiva, porém, viveu um inferno na maioria dos jogos. Muito por causa de erros individuais e da má vontade de jogadores na chamada ‘pressão pós-perda’. No entanto, fica claro que o técnico uruguaio também teve suas responsabilidades na queda de rendimento.
Boa sorte ao Lucho
Que os jogadores tenham boa vontade nos jogos com Lucho e que o Athletico não queime mais um ídolo da sua história centenária e vitoriosa.