21 prefeitos da região metropolitana divulgam nota de repúdio contra Cristina Graeml

Martha Feldens
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Foto: Divulgação RIC

A proposta da candidata Cristina Graeml (PMB) de cobrar das prefeituras da região metropolitana pelo atendimento em unidades de saúde de Curitiba e a sinalização de que pode haver desintegração de outros serviços, como o transporte coletivo, caíram muito mal entre os chefes de executivo vizinhos. Prefeitos de 21 cidades da RMC (Região Metropolitana de Curitiba) divulgaram nesta quarta-feira (23) uma nota de repúdio contra as declarações da candidata na capital.

”O grupo de prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) abaixo assinado vem a público repudiar as recentes declarações feitas pela candidata à Prefeitura de Curitiba, Cristina Graeml, que se referiu de forma discriminatória à toda população da RMC quando tratou de temas relacionados à saúde e ao transporte público coletivo”, diz o documento assinado pelos 21 prefeitos.

Eles lembram que Curitiba e sua região metropolitana totalizam uma população de 3.697.928 habitantes (segundo dados do IBGE 2024), uma das dez maiores regiões metropolitanas do Brasil. De acordo com os prefeitos, entre os fatores em comum estão o “princípio da intermunicipalidade, a integração e o desenvolvimento conjunto que beneficia todos seus habitantes.”

Os prefeitos que assinam a nota de repúdio contra Cristina destacam que as cidades da RMC atendem curitibanos dentro das respectivas estruturas, trabalhando de maneira integrada, “preservando os valores do cooperativismo e também das contrapartidas promovidas pelo setor produtivo dos 28 municípios (mais a capital) que compõe a RMC”. O Hospital Angelina Caron, por exemplo, fica em Campina Grande do Sul, e o Hospital do Rocio, que foi um dos principais centros de combate à Covid-19, fica em Campo Largo.

As propostas, dizem os prefeitos no documento, representam um retrocesso das integrações do SUS e do transporte coletivo conquistadas e que beneficiam a população das cidades da RMC. “As declarações de Cristina demonstram ainda um desconhecimento da realidade de milhares de paranaenses que dependem diariamente tanto da estrutura de atendimento do SUS, quanto da rede de transporte público das cidades. Por esses motivos, gostaríamos de reafirmar nosso compromisso metropolitano com Curitiba para que mantenhamos nossas políticas públicas”, afirmam.

“Ao afirmar que o sistema de saúde de Curitiba atende moradores de municípios da Região Metropolitana e que isso deve ser revisto, e também quando menciona que a passagem de ônibus deve levar em conta a distância a ser percorrida pelo passageiro (por quilômetro rodado), deixa nossa população com enorme risco de perder a integração do transporte hoje existente, além de sofrer uma piora em todo sistema de Saúde, de maneira que assim pensando e trazendo à publicação esse raciocínio, a candidata mostra despreparo para pretendida função e desconhecimento de causa, pois, o SUS é universalizado e não pode haver essa divisão de territorialidade”, complementa.

Assinam a nota de repúdio contra Cristina Graeml os prefeitos de Campina Grande do Sul, Almirante Tamandaré, São José dos Pinhais, Colombo, Pinhais, Campo Largo, Balsa Nova, Piraquara, Quatro Barras, Rio Negro, Rio Branco do Sul, Tunas do Paraná, Piên, Fazenda Rio Grande, Tijucas do Sul, Lapa, Cerro Azul, Campo do Tenente, Agudos do Sul, Contenda e Adrianópolis, além do prefeito de Curitiba.

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