As eleições municipais deste ano vão definir muita coisa além de eleger novos prefeitos e vereadores dos 399 municípios do Paraná. E entre elas está o futuro do deputado estadual Alexandre Curi (PSD), atual primeiro secretário da Assembleia Legislativa. Se hoje ele já representa 192 prefeituras, com titulares de diferentes partidos, junto ao governo do estado, no começo do ano que vem ele quer representar ainda mais. E depois de seis mandatos como deputado estadual, Curi quer chegar em 2026 preparado para “algo maior”, como ele mesmo diz.
Em princípio, o projeto é uma candidatura ao governo estadual pelo PSD, na sucessão de Ratinho Júnior. Mas, como 2026 ainda está longe, ele não descarta a possibilidade de buscar uma vaga ao Senado. Uma coisa, porém, é certa: ele não pretende se manter na Assembleia.
“Eu estou me preparando para isso”, diz Curi sobre uma futura candidatura a governador. “Mas reconheço que o PSD tem grandes nomes. Posso citar o vice-governador Darci Piana, os secretários Beto Preto, Sandro Alex e Guto Silva. E o prefeito Rafael Greca, é claro”.
Essa preparação em busca de “algo maior” passa por uma mudança na sua rotina política. Se antes ele era um deputado municipalista muito voltado às administrações dos municípios menores, mais carentes de recursos, agora ele começa a ter agenda também nas cidades maiores, onde está o grosso do eleitorado. “Venho recebendo demandas das grandes cidades”, diz ele.
Como sempre, desde que ele se elegeu deputado pela primeira vez, em 2002, toda semana o deputado sai de Curitiba às quintas-feiras rumo ao interior e visita várias cidades. Volta no sábado, depois de muitas solenidades, reuniões políticas, agendas com prefeitos, vereadores e lideranças partidárias. Curi entende que todo esse trabalho ajuda a credenciá-lo à vaga de candidato à sucessão de Ratinho em 2026. “Conheço os 399 municípios do Paraná”, garante.
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Presidência da Assembleia no caminho para Curi chegar forte 2026
Possivelmente ainda antes das eleições municipais aconteça a eleição da nova mesa diretora da Assembleia Legislativa. E Curi deve ser eleito o novo presidente da casa, em substituição a Ademar Traiano (PSD), cujo mandato iria até fevereiro de 2025. “No meio do mandato, é normal a Assembleia antecipar essa eleição”, explica ele. A nova mesa diretora pode ser escolhida já a partir de agosto. “Será uma honra presidir a casa pela primeira vez”, diz.
Um dos orgulhos do deputado é o trânsito que ele tem com seus pares. “Fui eleito por unanimidade para a mesa. Tive votos de todos os partidos, incluindo o PT”, conta. E a Assembleia, segundo ele, vive um bom momento, com projetos em conjunto com o governo do estado viabilizados com recursos que a casa devolve ao tesouro estadual todos os anos. Agora mesmo, deve ser anunciado mais um desses projetos, para a construção de 300 creches em todo o Paraná. Serão aplicados R$ 300 milhões, dos quais R$ 100 milhões virão da economia feita no Legislativo.
PSD vai crescer em 2024
Embora reconheça que tem influência em outros partidos que fazem parte da base de sustentação ao governo de Ratinho Junior, Alexandre Curi sabe que precisa trabalhar para fortalecer o seu PSD para uma eventual candidatura a governador em 2026. E pleito municipal é a hora certa para isso.
“O PSD está preparado para ter candidato na maioria das cidades”, diz ele. A projeção é que o partido dobre o número de prefeitos vereadores este ano. O partido já tem a maior bancada de deputados estaduais, com 15 integrantes.
Mas Curi reconhece que o governador Ratinho Júnior é o maior “eleitor” nesse projeto de crescimento partidário agora e em 2026. “O Paraná vive seu melhor momento”, diz Curi ao falar sobre a gestão do seu correligionário.
Em Curitiba, a vez de Eduardo Pimentel
O fortalecimento do PSD passa, é claro, pela eleição de Curitiba. “Eduardo Pimentel é o mais preparado para assumir a gestão. Curitiba também vive um grande momento, com uma gestão extraordinária do prefeito Rafael Greca. Quem acompanhou tudo isso foi o seu vice. Ele é secretário das Cidades do Paraná há dois anos e tem juventude e disposição”, defende.
Sobre a possibilidade de outra candidatura no campo dos aliados de Ratinho, ele deixa claro sua posição: é a vez de Eduardo Pimentel. Questionado sobre a postura do deputado Ney Leprevost, do União que também se coloca como pré-candidato, Curi diz apenas: “ele é aliado”.
O legado do avô, Aníbal Khury
Aníbal Khury foi considerado um dos políticos mais poderosos que o Paraná já teve. Foi deputado estadual e presidiu a Assembleia Legislativa nos anos 1980 e 1990 e exercia influência nos diferentes poderes. Mas nunca chegou a governador do estado, cargo que o neto almeja em 2026. Mas Alexandre Curi guarda as maiores lições que recebeu do avô, morto em 1999.
“Com ele aprendi que é preciso honrar a palavra. E que se deve sempre manter a humildade, pois o poder embriaga. E também que a política se faz para os mais humildes”, conta. Quando o comparam ao avô, por sua atuação política tão abrangente, ele diz: “Não vou chegar a ter 10% da força política do meu avô”.
De qualquer modo, ele reconhece que o sobrenome o ajudou. “Mas se não tivesse trabalho, o sobrenome não seria suficiente. Tive que adquirir minha identidade”, finaliza.
