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Marilena Winter. Reprodução Zoom

A presidente da OAB do Paraná, Marilena Winter, disse em entrevista coletiva nesta quarta-feira (17) que o afastamento cautelar do desembargador Luis Cesar de Paula Espíndola por decisão monocrática do corregedor geral do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministro Luis Felipe Salomão, é emblemático para história da justiça brasileira. Segundo Winter, a decisão chama a atenção da magistratura para a plena aplicação do protocolo para julgamentos com perspectiva de gênero e pode ajudar a evitar que fatos como o ocorrido na sessão do dia 3 de julho na 12ª Câmara Cível do Tribunal Justiça do Paraná se repitam.

Espíndola disse durante aquela sessão que “as mulheres estão loucas atrás dos homens”. A audiência tratava da concessão de uma medida protetiva para uma menina que acusava um professor de assédio. Ao responder à sua colega desembargadora Ivanise Tratz Martins, Espíndola disse que ela havia feito um discurso ultrapassado, feminista e disse que agora as mulheres assediam os homens.

A OAB do Paraná é autora do pedido de afastamento do desembargador Espíndola. Marilena Winter explicou que a decisão desta quarta-feira é cautelar e monocrática, mas vai passar por votação do plenário do CNJ no dia 13 de agosto. O que a OAB quer é o afastamento definitivo de Espíndola da magistratura como um todo, então apenas a remoção da 12ª Câmara Cível do TJ. “Entendemos que o comportamento do desembargador é incompatível com as funções da magistratura”, disse a presidente.

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