Um candidato sem tempo na propaganda gratuita do rádio e da TV tem alguma chance? Em Curitiba, nesta eleição, nós temos pelo menos dois candidatos com grandes pretensões que não têm tempo de rádio e TV: Roberto Requião, do Mobiliza, ex-governador, senador, prefeito, muito conhecido do eleitorado. E Cristina Graeml, do PMB, jornalista, ainda dando seus primeiros passos na política.
Os dois estão em partidos minúsculos e não têm um segundo sequer no horário gratuito. Não têm nenhuma inserção na programação normal. Estão se virando nas redes sociais e no corpo a corpo. E para complicar ainda mais, os dois ficaram sem o X, suspenso no Brasil pelo STF. Um levantamento do blog em abril apontou que os dois são usuários ativos na rede. Requião, com 316,5 mil seguidores, sempre usou o Twitter e depois o X como uma forma de comunicação rápida com seus seguidores. Cristina Graeml tinha em abril 521,9 mil seguidores no X.
Um estrategista de campanha experimentado, vencedor de várias disputas, disse ao blog que é uma tarefa praticamente impossível chegar ao segundo turno sem tempo na propaganda de TV. “O mais importante, aqui, não é o horário no bloco (10 minutos às 13h e 10 minutos às 20h30), de segunda a sábado. O mais importante são os 84 comerciais de 30 segundos que são exibidos todos os dias, inclusive aos domingos, em todas as emissoras de TV e rádio”, disse ele.
Para dar uma ideia, o candidato Eduardo Pimentel, do PSD, por exemplo, tem 39 dessas inserções por dia. Luciano Ducci, do PSB, tem 18 inserções comerciais diárias; Ney Leprevost (União) tem 10; Maria Victoria (PP) tem 9.
Segundo o estrategista ouvido pelo blog, Requião e Cristina Graeml, sem essa exposição, não têm como reverter suas principais deficiências. Requião aparece bem nas pesquisas de intenção de voto, mas tem uma rejeição alta. E Cristina Graeml, embora em crescimento, ainda é desconhecida para a maioria dos eleitores.
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