“Eu sabia que isso ia acontecer”, diz Cristina Graeml sobre o resultado que a colocou no segundo turno

Martha Feldens
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Foto: Franklin de Freitas

A candidata do PMB à prefeitura de Curitiba, Cristina Graeml, que vai disputar o segundo turno contra Eduardo Pimentel (PSD), disse que não se surpreendeu com o resultado da eleição deste domingo. Cristina, que fez mais de 291 mil votos, foi comemorar o resultado na sede do TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Ela falou com os jornalistas diante de um grande grupo de apoiadores, que a aplaudiram em várias das respostas. Não quis antecipar nada sobre futuras alianças, mas questionou: “Quem o PT vai apoiar no segundo turno?”.

Veja o que Cristina Graeml falou sobre o resultado eleitoral:

“Eu falo com toda a humildade do mundo: não me surpreendo. Eu sabia que isso ia acontecer. Porque a minha candidatura é orgânica, o povo curitibano pediu. Eles queriam. São pessoas de vários setores da sociedade. Eu conversei ao longo do ano de 2023 inteiro com muita gente, que me pedia para eu ser a voz dos conservadores na eleição de 2024. Entendi a demanda. Era um desejo meu também, como cidadã curitibana, de ter alguém que me representasse no poder público, não me sentia mais representada pelos grupos políticos que estão aí há tanto tempo. Via a cidade estagnada, com muitas demandas sendo jogadas para debaixo do tapete como se não existissem.

Títulos de cidade mais inteligente ou mais igualitária, mas não era o que a população pedia. Eu sou jornalista e, como todos vocês, passei a vida ouvindo as reclamações dos curitibanos. E a gente não pode tapar o sol com a peneira. Então, eu entendi essa demanda, entendi por que viam no meu nome o possível representante dos conservadores de Curitiba e coloquei o meu nome. O problema foi enfrentar o sistema. E aqui não estou criticando uma pessoa ou partido específico. É a forma como as eleições acontecem no Brasil. Você precisa estar filiado a partido político e não consegue.

Eu consegui o PMB, Partido da Mulher Brasileira, que eu não conhecia. É um partido que existe há nove anos, foi fundado por uma mulher negra, nordestina, do Maranhão, e palavras dela que quer mais mulheres na política. E eu fui uma dessas mulheres que atendeu ao apelo. Tenho muita gratidão pelo PMB. Até o PMB sofreu muita pressão para que depois a minha candidatura não se viabilizasse.

Eu estou há nove meses em campanha. O anúncio da minha pré-campanha foi feito ao TRE no dia 26 de janeiro, e só duas semanas atrás o eleitorado curitibano soube que eu era candidata de fato. Então, em duas semanas eu consegui o resultado que vocês viram hoje.

No segundo turno, que é uma nova eleição, aí, sim com tempos iguais no debate de ideias, nós vamos poder mostrar para a cidade o que nós estamos propondo. E na minha aliança eu espero o povo, mais uma vez.

Sobre alianças no segundo turno, o que posso dizer é que tenho muitas alianças em nível nacional, continuarei expondo essas alianças e esses apoios que eu tenho. Infelizmente aqui no Paraná há grupos políticos que já estão unidos e alinhados contra qualquer um que queira quebrar esse sistema. E a pergunta que fica é: quem o PT vai apoiar no segundo turno em Curitiba. É isso que o eleitor tem que se perguntar.

Nós temos várias candidaturas de esquerda que agora vão estar no olho do furacão. Vão ter que declarar apoio a alguém.

Conversei com dois deputados federais, Alexandre Ramagem e Hélio Negão, que estavam juntos com o president e Bolsonaro. Eles me ligaram para dar os parabéns e o presidente me deu uma palavra de muito apoio, celebrando a vitória. Ele é alinhado aos meus princípios e valores. Nós somos conservadores, de direita e liberais na economia. E ele está muito feliz”.

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