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Convenção do PSB neste domingo (28). Foto Luiz Pedrucco

Faltando ainda sete dias para o fim do prazo das convenções partidárias, o quadro eleitoral em Curitiba começa a se completar. Nos últimos dias, foi fechada a chapa do líder das pesquisas, Eduardo Pimentel (PSD), que terá como vice o jornalista Paulo Martins, do PL. Também houve a confirmação, por parte do PDT, de adesão à Frente Democrática de Luciano Ducci (PSB), que já tinha o apoio do PT, PV e PCdoB. E confirmou-se a escolha da deputada Rosângela Moro como vice de Ney Leprevost, numa chapa pura do União Brasil.

Mas ainda faltam definições de nomes de candidatos a vice-prefeito em duas chapas de candidatos que estão entre os primeiros colocados nas pesquisas: Roberto Requião, do Mobiliza, e Beto Richa, do PSDB, ainda não têm seus vices. Requião chegou a tentar uma aproximação com o PSOL, oferecendo a vice na sua chapa. Mas o PSOL, que fez convenção no último sábado (27) acabou optando por concorrer com chapa pura, com Andrea Caldas e Letícia Faria. Cristina Graeml, do PMB, Luizão Goulart, do Solidariedade, e Samuel de Mattos, do PSTU, ainda não fizeram convenção partidária e não têm a chapa completa.

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Fim de semana decisivo para Pimentel

Eduardo Pimentel queria muito o apoio do PL para sua campanha. Representa mais tempo na propaganda eleitoral e maior verba do fundo eleitoral. Demorou um pouco, mas esse apoio veio depois da definição pelo seu principal articulador, o governador Ratinho Junior (PSD), de que seria do PL a vaga de vice, com Paulo Martins.

Ratinho foi com Pimentel e deputados do PL a Porto Alegre na sexta-feira para pedir a bênção do ex-presidente Jair Bolsonaro à chapa do atual vice-prefeito. Ratinho mesmo fez questão de publicar nas suas redes sociais um vídeo em que todos eles aparecem com Bolsonaro no hotel em Porto Alegre, embora sem ainda uma gravação explícita do ex-presidente em favor de Pimentel.

Toda essa movimentação, porém, não contempla os interesses do outro grande articulador da campanha de Pimentel, o atual prefeito Rafael Greca. Ele não esconde que não queria Paulo Martins na vice e tinha intenção de indicar alguém de sua equipe.

O acerto no União Brasil

Já na sexta-feira, o pré-candidato Ney Leprevost, do União Brasil, mandou os sinais de seu acerto com o senador Sérgio Moro e a mulher dele, a deputada federal por São Paulo Rosângela Moro. Ney convocou uma entrevista coletiva para esta segunda-feira ao lado de Moro, quando também deve ser anunciado o nome de Rosângela como a vice na chapa. Foi outra costura demorada. 

Ney foi muito assediado pelos articuladores da candidatura de Pimentel para que desistisse do pleito e tornasse o caminho mais tranquilo para o atual vice-prefeito. Mas Ney resistiu, pois entende que sua candidatura é muito viável e o União Brasil lhe dará todo o suporte. Sérgio Moro tem ele próprio muito interesse na eleição de Ney, pois pretende ser candidato à sucessão de Ratinho Junior no Palácio Iguaçu em 2026.

União da esquerda, uma novidade no quadro eleitoral curitibano

A união dos partidos mais à esquerda também se consumou no fim de semana, com as convenções do PDT, no sábado, e do PSB, no domingo. Os dois partidos vão juntos para a eleição com Luciano Ducci candidato a prefeito e Goura Nataraj, a vice. A Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB) já havia confirmado sua participação nesta aliança. Líderes dessa aliança acreditam que com esse trabalho unido será possível chegar ao segundo turno e tentar ganhar a eleição.

Ainda no campo da esquerda, mas correndo sozinhos, o quadro eleitoral curitibano traz Roberto Requião, do Mobiliza, que tem convenção no dia 3 de agosto. Mas ele não conseguiu formar alianças e ganhar tempo na propaganda eleitoral. Andrea Caldas, do PSOL, preferiu ficar com sua própria candidatura. O pequenino PSTU se mantém isolado, como nas eleições anteriores.

Quem é mais de direita?

Cristina Graeml gostaria do apoio de Bolsonaro também. Chegou a estar com o ex-presidente em Brasília, fez publicações nas redes e chegou a assustar o lado de Pimentel. Mas ela não tem um padrinho local de força, como Ratinho Junior, e ficou sozinha. Cristina faz críticas ao candidato Pimentel, a quem indiretamente acusa de não ser verdadeiramente de direita e nunca ter “defendido um patriota” (referência aos presos pelo atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023) e não ter resistido à pandemia. Cristina até hoje critica a vacinação contra a covid e foi dura contra as restrições adotadas na época.

Beto candidato e com amplo apoio de seu partido

Beto Richa, do PSDB, que também está entre os pré-candidatos dos primeiros lugares nas pesquisas, deverá ir só com os políticos da sua federação (PSDB/Cidadania). Sua convenção é no último dia e nas últimas horas do prazo, 5 de agosto, às 19h. A vaga de vice ainda não está definida.

Beto queria que a vice fosse Renata Bueno, do Cidadania, mas houve uma espécie de rebelião no partido dela na semana passada. O Cidadania municipal, que é federado e não pode apoiar outra sigla, chegou a soltar nota dizendo que vai apoiar Eduardo Pimentel, algo inusitado no quadro eleitoral da cidade e que não tem valor legal, segundo o PSDB.

O certo é que Beto conta com muito apoio do PSDB nacional, e espera ser o destinatário de uma grande fatia do fundo eleitoral. Curitiba tem um teto de gastos de R$ 14,1 milhões para as campanha de primeiro turno à prefeitura e o pré-candidato espera conseguir a maior parte disso com o próprio partido.

Para onde vai Maria Victoria

Outra pré-candidatura que pode virar candidatura de fato é a deputada estadual Maria Victoria. Também cogitada para vice de Eduardo Pimentel, ela começou a se mobilizar de fato nas últimas duas semanas, quando ficou claro que não seria ela a companheira de chapa do candidato do governador e do prefeito. Contratou o marqueteiro argentino Pablo Nobel, bem sucedido em campanhas no seu país, como a do atual presidente Javier Milei, e também no Brasil, ela também deixou sua convenção para o fim do prazo e a disposição de ir até o fim ainda não está clara. 

Completando o quadro eleitoral, Luizão Goulart, do Solidariedade, mantém sua firme disposição de concorrer. Faz sua pré-campanha solitária baseada nas redes sociais e tem sua convenção marcada para o dia 1º de agosto.