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A deputada estadual Márcia Huçulak (PSD), que respondeu pela Secretaria Municipal da Saúde no período da pandemia de covid-19, subiu à tribuna na Assembleia Legislativa hoje (25) para rebater as palavras do seu colega de Legislativo e candidato à prefeitura de Curitiba, Ney Leprevost (União), em entrevista à rádio CBN. Ney criticou a atuação da prefeitura em relação ao comércio da cidade e citou ações de Márcia Huçulak na época da pandemia. “O meu adversário, o candidato da máquina pública (Eduardo Pimentel-PSD) chegou no debate da Band acompanhado da ex-secretária de Saúde, que ia na televisão e falava mal dos comerciantes durante a pandemia, como se eles fossem bandidos. Ela agredia aquelas pessoas”, disse Ney à jornalista Joice Carvalho.

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“Subo a esta tribuna hoje para manifestar a minha indignação com a total falta de respeito à minha pessoa e à minha trajetória profissional”, disse Márcia Huçulak aos colegas deputados. Ela chamou de “leviana” a manifestação de Ney Leprevost na entrevista, disse que foi à TV Band na condição de deputada do mesmo partido do candidato Pimentel, a quem ajudou na preparação para o debate. Mas, sobretudo, Márcia fez um desabafo sobre como foram os dias de pandemia em Curitiba na área da saúde.

“Só em Curitiba, morreram quase 9 mil pessoas em decorrência da covid-19. Poderiam ter sido 18 mil, ou 36 mil, como em outras capitais. Tenho orgulho de ter conduzido o planejamento e implantação de inúmeras atividades que fizeram de Curitiba a cidade brasileira com o melhor desempenho no enfrentamento à pandemia. E tivemos a menor taxa de letalidade – número de óbitos. A pandemia nos obrigou a tomar medidas para salvar vidas. Foram dias terríveis. Todas as medidas foram tomadas com base na ciência e fruto dos melhores e mais responsáveis posicionamentos de autoridades de saúde pública”, disse ela.

“Conseguimos em Curitiba um raro equilíbrio entre manter o movimento do comércio funcionando, dentro de requisitos de distanciamento, número máximo de pessoas por metro quadrado e proteção de alimentos. Instituímos um sistema de bandeiras, que regravam esses movimentos. Com vírus mais controlado, mais abertura. Com vírus mais perigoso, um pouco mais restrição. Mantive diálogo aberto com todos. Atendemos e falamos inúmeras vezes com representantes da indústria e do comércio. Todas as medidas tinham uma explicação clara e objetiva. Tanto é verdade que fui agraciada pela ACP com o reconhecimento e homenagem em março de 2022, pelo então presidente, Camilo Turmina, e pelo conselho da mulher empresária do Paraná. Fui homenageada pela Abrasel em um jantar em dezembro de 2021 pela minha atuação à frente da SMS na pandemia. Foi um trabalho responsável, num cenário em que quase tudo era novidade e desconhecido”, continuou.

E falando indiretamente a Ney, Márcia Huçulak disparou: “Talvez o candidato de hoje na CBN estivesse falando de festas e bares abertos sem restrição, ao sabor das alegrias vindas do consumo de bebidas e outras coisas (que os senhores sabem bem do que se trata) nesses locais. Bandidagem, meus caros e caras colegas, é defender o caos, as trevas e a irresponsabilidade de quem se sente no direito de não respeitar o direito de mais ninguém. Em última instância, bandidagem está ligada ao desrespeito à vida humana”.

E, para encerrar, disse: “Estamos em ano de eleições. Que este exemplo que cito aqui sirva também para os eleitores diferenciarem quem só tem discurso de quem tem a prática e a responsabilidade pública como bandeiras de vida. Lamento que um deputado desta casa utilize uma entrevista para atacar uma colega sua, deputada, proferindo mentiras e agressões. Estou e estarei ao lado do candidato mais preparado para cuidar dos curitibanos. E os incomodados que melhorem seus projetos e argumentos”, finalizou Márcia.

Do lado de Ney Leprevost, veio resposta a Márcia Huçulak. A campanha distribuiu um requerimento feito por Ney em abril deste ano em que ele, como coordenador da Frente Parlamentar da Medicina, “indignado com a falta de leitos de UTI em Curitiba, com a espera de até 8 horas para atendimento em UPAs e com a revelação de que existem mais de 200 mil exames e consultas em atraso na rede pública municipal de saúde, protocolou sem alarde, o requerimento número 1030/2024 no Tribunal de Contas da União solicitando auditoria da aplicação dos recursos enviados enviados pela União Federal ao município de Curitiba desde o ano de 2020”.

E completou: “O pedido de investigação, por si próprio, explica as falas deturpadas e os ataques destemperados feitos contra o deputado nesta segunda-feira por parte da pessoa que tinha o dever de gerir tais recursos na época da pandemia da covid-19”.

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