Cães estimulam portadores de Parkinson com afeto e exercícios

Fabiana Ferreira
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Os cães do Projeto Amigo Bicho têm uma missão muito especial na Associação Paranaense de Portadores de Parkinsonismo. Além de proporcionarem momentos de descontração com o grupo de associados, eles participam de atividades que vão além de brincadeiras e carinho. Interagem com exercícios de força, coordenação motora fina e equilíbrio. A atividade inédita com os portadores de Parkinson, já tem 12 anos em Curitiba”, conta Letícia Castanho, médica veterinária e idealizadora do Projeto, que está prestes a completar 20 anos de atuação com serviço assistido por animais na capital paranaense.

Enfileirados um em frente ao outro, sentados em cadeiras, os participantes humanos devem manter as pernas levantadas, formando um túnel, enquanto os cães passam por baixo. Cada um a seu modo, com um incentivo do tutor na chegada, que os recompensa com petiscos. A dificuldade da tarefa para os humanos é de acordo com o tamanho dos cães, que exige levantar mais ou menos as pernas de acordo com o tamanho dos cachorros.

Depois é hora de estimular a coordenação motora fina – estímulo intencional de músculos menores -, capturar em uma caixa um petisco com um grampo e depois recompensar os mascotes com a guloseima. A Shanti, acima, não quis esperar… Acredito que essa seja a parte que os bichinhos mais gostam. E a mais desafiadora para os pacientes de Parkinson, exige concentração e um certo esforço com as mãos para pinçar o petisco, que têm tamanhos diferentes, pois varia de acordo com o porte dos cães que vai ganhar o biscoito. O spitz Monet (abaixo) gostou de participar.

O encerramento da sessão fica por conta de repetir os movimentos de um dos cães; sentar, levantar e pular, esse substituído por estender os braços acima da cabeça. O galgo inglês Brian mostrou toda a sua desenvoltura ao obedecer o comandos de sua tutora. Na foto abaixo, ele ganhando um petisco.

A Mona, Golden adotada pela Mariza (abaixo) estreou na função de voluntária do Projeto e mostrou que está muito adaptada. E gosta de um carinho.

A tarde ainda contou com um exercício para memória com direito a brindes para quem se lembrasse do nome dos oito cães voluntários: Alice, Brian, Bela, Shanti, Mona, dois Monets e Zeus. O grupo todo reunido na foto abaixo.

Durante a interação, é possível acompanhar a emoção que envolve os participantes tanto voluntários quanto pacientes. Um momento de alegria e principalmente de pausa diante das dificuldades que são enfrentadas por quem passa pelo tratamento de uma doença degenerativa tão complexa.

O Projeto Amigo Bicho já conta com 65 cachorros, de diferentes raças e também sem raça definida. Todos escolhidos após testes de comportamento, que validam estar aptos para as atividades. A parceria conta ainda com visitas a outra associações e hospitais com diferentes perfis de atendimento. Entre os mais recentes, a primeira unidade de cuidados paliativos do sul do Brasil com atendimento SUS, o Hospice Erasto Gaertner.