Tigre-d’água – Foto: Caio Castro Lima

Tartaruga virou pet, mas também sofre com o abandono. Por isso, fique atento aos cuidados veterinários, limpeza e alimentação especial

Os quelônios se dividem em tartarugas, cágados e jabutis. A diferença entre eles é o habitat: alguns são  marinhos e outros terrestres.

  Em comum, os três são répteis dotados de carapaça. E muito simpáticos. 

 Duas espécies podem ser encontradas no Brasil. A tigre-d’água é nativa do Rio Grande do Sul (também pode ser encontrada na Argentina e no Uruguai). Já a orelha-vermelha, que tem uma mancha na cabeça da cor de seu nome, vem da América do Norte, e seu comércio, antes legalizado, é hoje proibido pelo Ibama.

Ao longo do processo evolutivo, cada espécie foi adquirindo hábitos, formas e outras particularidades, de acordo com as características de cada ambiente, para garantir a sobrevivência 

Eles podem sim ser criados como animais domésticos. Mas, como vivem muitos anos, essa criação requer uma série de cuidados. 

A tartaruga Maria e a Cecília – Foto: Caio Castro Lima

Para saber mais, conversamos com o professor de Clínica Médica e Cirurgia de Animais Silvestres e Exóticos da Universidade Estácio de Sá e da disciplina de Manejo e Clínica de Animais Silvestres da Universidade Anhanguera Educacional,  Luiz Mauricio Cobuci Pinto de Castro, que atua há mais de uma década com animais silvestres e exóticos.

Blog Papo Pet: As tartarugas vivem  quanto tempo? 

Luiz Mauricio Cobuci Pinto de Castro: Esses animais vivem, em média,  40 anos criados em cativeiro com boa alimentação e cuidados veterinários e podem atingir um peso entre 3 e 5 kg.

BPP: Como deve ser a alimentação?

LMCPC: Eles precisam receber rações de boa qualidade, próprias para a espécie, além de vegetais escuros, carnes e peixes. Um dos principais erros de manejo alimentar está relacionado ao fornecimento de um crustáceo conhecido como Gammarus, são pequenos camarões desidratados vendidos comercialmente. Alguns criadores acabam fornecendo-os como única fonte de alimentação, trazendo consequências negativas para a nutrição desses animais como por exemplo a deficiência de vitamina A (Hipovitaminose A) entre outras enfermidades.  

BPP: Fale um pouco sobre o habitat que eles devem ficar dentro de casa?

LMCPC: Necessitam de um ambiente aquático e um local para repouso. Um dos principais erros no manejo ambiental desses animais é inserir os mesmos em um aquário, sem uma superfície de apoio para o seu descanso, como uma pedra, por exemplo.

Professor Luiz Mauricio Cobuci Pinto de Castro – Acervo pessoal

BPP: Que outros cuidados são necessários? 

LMCPC: Eles  são animais ectotérmicos, ou seja, necessitam de fontes externas para conseguir manter sua temperatura, sendo de grande importância fornecer uma fonte de aquecimento para esses animais em seus recintos.  O  controle da temperatura do ambiente é fundamental para evitar o estresse e a queda da imunidade desses animais, além de um manejo nutricional adequado e visitas periódicas ao veterinário especializado. Isso vai proporcionar o bem-estar e a saúde deles. Cabe salientar, que são animais de grande longevidade e por isso, ao adquirir a espécie, deve-se ter consciência da responsabilidade da sua posse, pois é um animal que vai viver por muitos anos na companhia de seus responsáveis.