WhatsApp Image 2024-08-30 at 15.05.54
Foto: João Frigério

Uma mulher de 73 anos foi brutalmente agredida na Rua 24 de Maio, no Parolin, em Curitiba, na tarde desta sexta (30). O autor foi o próprio filho. Ele foi preso e levado para a delegacia. Um grande efetivo da Polícia Militar esteve no local.

A mãe sofreu ferimentos no rosto, na cabeça, nos braços. Ela foi encaminhada ao Hospital Cajuru.

Segundo informações da Polícia Militar, tudo começou quando ela chamou a atenção do filho, de 40 anos, que estava no sofá com outros dois amigos. Foi então, que o homem começou a agredir a mãe.

Leia mais

Violência contra mães e pais

No Brasil é possível estimar as ocorrências de violência de filhos contra pais através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. O levantamento feito com exclusividade pelo Bem Paraná no início do ano, então, considera os registros catalogados por profissionais em postos de saúde da rede pública. Essa notificação, inclusive, é compulsória. Ou seja: diante de uma suspeita de caso de violência doméstica, sexual e/ou outras violências envolvendo crianças, adolescentes, mulheres e idosos, o agente de saúde é obrigado a registrar oficialmente.

Ainda assim, especialistas (como o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, criador do Mapa da Violência) estimam que a estatística oficial represente apenas 80% dos casos de violência física que levam os pais a procurar os serviços de saúde. Isso porque uma parcela dos casos acabam sendo atendidos na rede de saúde particular (onde o registro não é obrigatório) ou simplesmente não chegam ao conhecimento dos agentes de saúde.

Conforme o Sinan, ao longo de 10 anos, entre 2013 e 2022 (ano mais recente com dados disponíveis), o Brasil registrou 97.266 notificações de violência de filhos contra pais, com 13.931 registros apenas no último ano. Um número expressivo e que tem crescido, com alta de 142% na comparação de 2022 com 2013 (quando haviam sido notificados 5.767 casos desse tipo de violência).

No Paraná, entretanto, essa alta foi ainda mais expressiva. Em 2022, 1.476 casos de agressão de filhos contra os pais foram registrados no estado, o que representa um avanço de 167% diante dos 552 registros de 2013. O número aponta para um recorde na série histórica, iniciada em 2009, superando as 1.373 notificações de 2019 – nos dois anos seguintes (2020 e 2021) os números chegaram a cair, mas voltaram a subir de forma expressiva logo em seguida.

Além disso, no acumulado de 2013 a 2022, 10.223 casos de violência desse tipo foram notificados no estado, o equivalente a 10,5% dos registros em todo o Brasil. Entre as unidades da federação (estados + Distrito Federal), apenas São Paulo (23.576 registros) e Minas Gerais (14.487) tiveram mais notificações ao longo dos 10 anos analisados.