Elza Fiuza/Agência Brasil
Feminicídio (Elza Fiuza/Agência Brasil/Arquivo)

Em Paranavaí, no Noroeste do estado, o Ministério Público do Paraná, por meio da 4ª Promotoria de Justiça da comarca, apresentou denúncia por homicídio qualificado e outros crimes contra um homem que matou a companheira. O caso teve grande repercussão na cidade: o feminicídio ocorreu no mesmo dia em que ela noticiou às autoridades policiais que era vítima de violência doméstica.

Na denúncia são relatados cinco fatos criminosos envolvendo violência doméstica, todos praticados no dia 19 de agosto: logo no início da manhã, após ser comunicado pela vítima que ela iria encerrar o relacionamento, o denunciado a forçou a entrar em um carro com ele e saiu em alta velocidade rumo à saída da cidade. No percurso, além de privar a liberdade da vítima, ameaçou e agrediu a mulher, dizendo que não aceitava o fim da união. Ela conseguiu desvencilhar-se e foi até a Delegacia de Polícia de Alto Paraná, cidade vizinha, onde registrou boletim de ocorrência pelas agressões que sofreu e noticiando outros abusos, seguindo para a casa de conhecidos, em Paranavaí, para se esconder do agressor: ele foi até lá armado e a matou.

Medida protetiva – Como descreve a Promotoria na denúncia, “Na parte da tarde daquele mesmo dia, a vítima foi se esconder do denunciado na casa de seus amigos […], inclusive para aguardar o deferimento das medidas protetivas de urgência, ocasião em que o denunciado a localizou, adentrou no referido imóvel e efetuou a queima roupa os disparos letais contra a vítima, enquanto esta se encontrava indefesa no sofá daquela residência. O denunciado, ainda, valeu-se de recurso que dificultou a defesa da vítima, na medida em que chegou de forma inesperada na residência onde esta se encontrava, adentrou de forma sorrateira no quintal e avançou silenciosamente pelos fundos da casa, tendo inclusive tirado as botas para não fazer barulho, e após penetrar no interior da casa pela porta dos fundos, com a arma em punho, surpreendeu com tiros a vítima no sofá da sala onde ela estava com os amigos […]. No momento, a vítima conversava com alguém pelo telefone, quando o denunciado chegou de surpresa e apontou o revólver bem próximo ao rosto dela e efetuou os disparos”.

O MPPR sustenta a prática de homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe e com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Também requer a condenação do requerido por sequestro, ameaça, lesão corporal e furto. O homem foi preso em flagrante no dia do crime e já teve a prisão preventiva decretada pelo Judiciário.