(PCPR)
Polícia Civil do Paraná vai investigar clínica de Curitiba por peeling de fenol. (PCPR)

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) abriu um inquérito uma esteticista, que estuda Biomedicina, que aplicou peeling de fenol em uma mulher de 64 anos em uma clínica em Curitiba. Como consequência, ela teve queimaduras graves no rosto e precisou ser hospitalizada. O procedimento policial é para investigar os crimes de lesão corporal, exercício ilegal da medicina e uso de produto falsificado destinado a fins terapêuticos ou medicinais. O caso teria ocorrido no último dia 25 de maio, em Curitiba. Os fatos teriam sido praticados durante um procedimento estético conhecido como peeling de fenol. Segundo informações da polícia, a esteticista sem formação teria aplicado peeling em mais de 2 mil pacientes.

“Trata-se de uma senhora de 64 anos que fez o peeling de fenol com uma mulher que se identificou como biomédica, mas que na verdade ainda esta cursando Biomedicina. Depois de 11 dias, essa senhora apresentou ferimentos, foi internada e haverá a necessidade de enxerto no rosto, pela aplicação de forma errada. Também será investigado se houve o uso de um produto falsificado”, explicou a delegada Aline Manzatto, que cuida do caso.

Com isso, a esteticista é investigada por lesão corporal, exercício ilegal da medicina e uso de produto falsificado destinado a fins terapêuticos ou medicinais.

“Ela já foi intimada e ouvida, nos passou também informações sobre os medicamentos usados e vamos fazer as análises destes produtos. O curso dela foi feito com uma pessoa de São Paulo. Ela tem bastante seguidores nas redes sociais e afirmou já ter feito o procedimento em cerca de dois mil pacientes”, contou a delegada.

Peeling de fenol resultou em internação

No entanto, a mulher precisou ser hospitalizada 11 dias após passar pelo procedimento de peeling de fenol. A internação foi causada devido a fortes dores no local do procedimento, conforme relato à Polícia. A delegada da Polícia Civil do Paraná, Aline Manzatto, conta que, por consequências do peeling, a vítima sofreu queimaduras de segundo e terceiro grau. Além disso, precisou passar por uma intervenção cirúrgica para tratar a pele do rosto, local de aplicação do peeling de fenol.

“Apuramos também que por diversas ocasiões após o procedimento, a vítima e os familiares questionaram a profissional sobre a necessidade de assistência médica, a qual teria afirmado que as dores eram normais e apenas recomendou a aplicação de uma pomada no rosto”, afirma a delegada. As diligências continuam a fim de esclarecer por completo os fatos, diz a delegada.

‘Peeling de fenol’ na mira da polícia e do CRM-PR

O peeling de fenol está na mira da Polícia Civil do Paraná (PCPR) por causa da morte de um empresário Henrique Silva Chagas, de 27 anos, ocorrida em 3 de junho, em uma clínica da zona Sul de São Paulo. Isso porque, dona de clínica e responsável pela aplicação do peeling de fenol na vítima, a influencer Natalia Becker, disse ter feito um curso online oferecido pela farmacêutica bioquímica Daniele Stuart, de Curitiba.

De acordo com Eduardo Luis Ferreira, delegado titular do 27º Distrito Policial (DP), a Natalia Becker disse estar habilitada para fazer o procedimento, pois teria feito o curso com Daniele Stuart. Ainda conforme Ferreira, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), também seria acionado para verificar o exercício ilegal da profissão. Por ser invasivo, o peeling de fenol só pode ser aplicado por médicos.

Consultado pelo Bem Paraná, via nota distribuída pela assessoria o CRM-PR, informou estar “acompanhado o caso, pois há indícios de invasão do ato médico.” Ainda conforme a nota, afirma que “em tais casos, em razão de serem atos praticados por não médico, o Conselho de Medicina busca a defesa da sociedade através de outros órgãos, tais como Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Decrisa), Ministério Público, Procon e, ainda, a solicitação de providências junto ao Conselho no qual o profissional está inscrito.”

“O Conselho de Medicina do Paraná está em efetiva atividade visando apurar responsabilidades, bem como evitar que tais situações de pessoas sem a qualificação médica venham a praticar atos que exponham a vida das pessoas a risco”, finaliza a nota.

A defesa da dona da clínica

O advogado Jeffrey Chiquini, responsável pela defesa da farmacêutica Daniele Stuart, que vendeu o curso online, afirmou que Natália concluiu o curso no dia 8/06, após a morte do empresário Henrique Silva Chagas. “A plataforma [na qual o curso está hospedado] diz que Natalia Fabiana de Freitas Antônio concluiu o curso somente no dia 8/6. É um curso de seis horas”, disse o advogado. Ele ainda reforçou que a cliente é uma profissional habilitada para fornecer esse curso: “É um curso conceitual” e não especializante”. “Natalia mentiu na delegacia. Ela não foi aluna da doutora Daniele. Ela não aplicou o protocolo ensinado pela doutora Daniele”, disse o advogado.

O curso diz, na plataforma, que o profissional irá “entender como o peeling funciona, como fazer a aplicação correta e também as fórmulas de preparação de pele, do peeling, fórmula selante e pomada pós peeling”.

A Daniele Stuart, dona da clínica, apontada por Ferreira como suspeita por vender os cursos online, atende do bairro Bigorrilho.

Acompanhe mais informações sobre peeling de fenol aqui: