Imagem de StockSnap por Pixabay
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A crise moral tem atingido a sociedade e o profundo humano (ethos) com grande impacto nas suas esferas. Ela tem como causa a imoralidade (refutação da moral), a amoralidade (falta de moral, provocada por uma vida tíbia, sem rumo, sem conhecimento efetivo de que envolve a moral) e também a permissividade (que nada mai e do que a tolerância de comportamentos, ideias, atitudes que implicam num custo ético para a sociedade, em especial à perda de valores).

É importante ressaltar que toda crise tem duas facetas: evidentemente, um caráter positivo, como a oportunidade de superação e, em segundo momento, seu aspecto negativo seria a negação perene de valores.

Por essa razão, a compreensão da moral é um instrumento que possibilita ao ser humano entender a diferença do que é lícito e do que é ético quando o que está em relevo é a discussão de costumes, hábitos, valores – em especial temas relativos à sua fé.

Nesse campo, o apóstolo Paulo bem exprime a visão cristã de moral em relação ao que é lícito e ético quando exprime a frase “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém” (1 Coríntios 6, 12). Tal explanação demonstra o quanto a consciência é importante para a vivência da moral cristã, uma vez que é o lugar no qual o homem faz o discernimento entre sua opção fundamental e as decisões concretas que toma.

No campo teológico, o ethos bíblico é um elemento fundante, pois apresenta a fé no Deus de Israel como um modelo a ser seguido. A experiência da fé, à luz da experiência humana centrada na ação do Espírito Santo, é uma base de sustentação para a vida do Povo de Israel e inspiração para todo o desenrolar do nascimento das primeira comunidades cristãs, que partem de Jerusalém.

As primeiras comunidades cristãs em Jerusalém enfrentaram inúmeras dificuldades para viver a moral cristã em um ambiente cultural e religioso hostil. Essas dificuldades incluíam a perseguição por parte das autoridades judaicas e romanas, a necessidade de conciliar as tradições judaicas com a nova fé em Cristo e as tensões internas decorrentes das diferentes interpretações do ensinamento de Jesus.

Por essa razão, a crise moral que vivemos atualmente pode ser inspiradas naquelas primeiras comunidades que, mesmo comprometidas com um ideal ético superior, lidavam com as imperfeições humanas e as divergências na aplicação dos ensinamentos de Jesus. Afinal, busca pela fidelidade à moral cristã exigia um constante discernimento e um compromisso com a comunidade, superando a imoralidade, a amoralidade e a permissividade que, em diferentes formas, também se manifestavam naquela época. Assim como hoje, o entendimento da moralidade era crucial para definir o que era lícito e ético, guiando as decisões e comportamentos dos cristãos em meio aos desafios diários.