As emoções podem ter um efeito significativo na maneira como acreditamos no Sagrado, nos relacionamos, tomamos decisões e resolvemos problemas. (Imagem: Pixabay)

As emoções são estados psicológicos provocados por mudanças neurofisiológicas, várias vezes associadas a pensamentos, sentimentos, respostas comportamentais e um certo grau de prazer ou desprazer. Atualmente não há consenso científico sobre uma definição. As emoções são muitas vezes interligados com humor, temperamento, personalidade, disposição, criatividade e motivação.

A pesquisa sobre emoção aumentou nas últimas duas décadas, trazendo à luz novos conhecimentos científicos que proporcionam à Psicologia inúmeras teorias que tentam explicar a origem, função e outros aspectos das emoções têm fomentado pesquisas mais intensas sobre este tópico. As áreas atuais de pesquisa no conceito de emoção incluem o desenvolvimento de materiais que estimulam e provocam emoções, buscando elucidar como elas afetam o cérebro humano.

De uma perspectiva mecanicista, as emoções podem ser definidas como uma experiência positiva ou negativa associada a um determinado padrão de atividade fisiológica. As emoções produzem diferentes mudanças fisiológicas, comportamentais e cognitivas. O papel original das emoções era motivar comportamentos adaptativos que, no passado, teriam contribuído para a transmissão de genes por meio da sobrevivência, reprodução e seleção de parentesco.

Além disso, as emoções podem ter um efeito significativo na maneira como acreditamos no Sagrado, pensamos, decidimos e resolvemos problemas. Desde antes mesmo da era cristã, a maioria dos filósofos antigos já supunham que as emoções têm uma função descritiva (ao lado de sua função motivacional) – algo que inclusive psicólogos atualmente acreditam categoricamente, uma vez que as emoções nos informam sobre o estado do mundo ou mesmo de pessoas ao nosso entorno – que podem ser perigosas, invejáveis, nojentas e assim por diante.

Naturalmente, os tipos de propriedades que estamos descrevendo dependem da pessoa que se preocupa com certas coisas; eles são relativos ao indivíduo neste sentido. Mas, uma vez que a pessoa se preocupa com certas coisas (por exemplo, a integridade de seu corpo, o status de seus entes queridos), pode ser totalmente factual que uma situação a ameace ou a apoie.

Quando tais acenos fazem relação com o aspecto racional, isso permite que as emoções expandam maciçamente sua capacidade de rastrear as coisas com as quais o indivíduo se preocupa, para verificar se a representação emocional inicial é precisa, para inferir consequências, e ter mais emoções em relação a essas consequências. Este, seria o objetivo principal da razão, uma vez que as emoções são um recurso cognitivo para a autorregulação de seu “sistema de funcionamento”, enquanto que as inferências racionais são um recurso adicional. Isso significa que um sistema de regulação de interesses pode prevalecer sobre outro, onde o primeiro é elaborado racionalmente e o segundo não.

Com base nessa perspectiva, a experiência resultante pode ser aquela em que inferimos racionalmente que agir impulsivamente (digamos, fugir de fazer um discurso importante) pode destruir a reputação de alguém e, consequentemente, nos impedimos. Assim, há espaço para conflito motivacional, mas nada tão simples quanto a razão controlando a emoção. Poderíamos dizer com a mesma facilidade que uma emoção pode estar controlando outra emoção, ou que um tipo de pensamento está controlando outro tipo de pensamento.

De modo geral, uma gama incrivelmente complexa de atividades acontecendo em nossas vidas emocionais se encaixam e se relacionam, impactando em nosso modo de lidar com as emoções e com a razão. Ou seja: como um edifício, nossas defesas e conhecimentos sobre nós mesmos vão se elaborando construindo conceitos uns sobre os outros, como andares que constroem nosso conhecimento e capacidade emocional. Portanto, a regulação nos ajuda a colocar ordem mesmo em meio ao caos.

Erroneamente, a emoção é vista como “irracional”, isto é, o contrário da razão. Contudo, podemos dizer que elas são complementares, uma vez que o sistema emocional integrase às funções que chamamos “racionais” como memória, planejamento etc., de modo que as emoções (por exemplo, as cinco emoções básicas: alegria, tristeza, medo, raiva e nojo) atuam como alerta primário e norteiam as decisões de uma pessoa.

Em algumas teorias, a cognição é um aspecto importante da emoção. Outras teorias, no entanto, afirmam que a emoção é separada e pode preceder a cognição. Experimentar conscientemente uma emoção é exibir uma representação mental dessa emoção de uma experiência passada ou hipotética, que está ligada a um estado de conteúdo de prazer ou desprazer. Os estados de conteúdo são estabelecidos por explicações verbais de experiências, descrevendo um estado interno.

As emoções são complexas. Existem várias teorias sobre a questão de saber se as emoções causam ou não mudanças em nosso comportamento. Por outro lado, a fisiologia da emoção está intimamente ligada à excitação do sistema nervoso . A emoção também está ligada à tendência comportamental. Pessoas extrovertidas são mais propensas a ser sociais e expressar suas emoções, enquanto as pessoas introvertidas são mais propensas a ser socialmente mais retraídas e esconder suas emoções. A emoção costuma ser a força motriz por trás da motivação.

Por outro lado, as emoções não são forças causais, mas simplesmente síndromes de componentes, que podem incluir motivação, sentimento, comportamento e mudanças fisiológicas, mas nenhum desses componentes é a emoção. Nem é a emoção uma entidade que causa esses componentes. A fé, por exemplo, pode existir por diferentes motivos na vida ou na mente de uma pessoa.

E uma vez que as emoções envolvem diferentes componentes, como experiência subjetiva, processos cognitivos, comportamento expressivo, mudanças psicofisiológicas e comportamento instrumental. Ao mesmo tempo, os acadêmicos tentaram identificar a emoção com um dos componentes: William James com uma experiência subjetiva, behavioristas com comportamento instrumental, psicofisiologistas com mudanças fisiológicas e assim por diante. Mais recentemente, diz-se que a emoção consiste em todos os componentes. Os diferentes componentes da emoção são categorizados de maneira um tanto diferente, dependendo da disciplina acadêmica. Na psicologia e na filosofia, a emoção normalmente inclui um aspecto subjetivo, experiência consciente caracterizada principalmente por expressões psicofisiológicas, reações biológicas e estados mentais.

Por essa razão, a emoção é um sentimento forte derivado das circunstâncias, do humor ou do relacionamento com os outros, podendo ser compreendidas como respostas a eventos internos e externos significativos de uma pessoa, no uso de algum modo de sua forma de pensar ou racionalizar, por mais “incompreensível” que isto seja a quem olha de longe. As emoções podem ser ocorrências (por exemplo, pânico) ou disposições (por exemplo, hostilidade) e de curta duração (por exemplo, raiva) ou de longa duração (por exemplo, luto). Por esse motivo, estudar as emoções não pode estar separado do estudo da razão, uma vez que elas são um conjunto coordenado de respostas, que podem incluir mecanismos verbais, fisiológicos, comportamentais e neurais.