Estomago-2
Estômago 2/Paris Filmes (Divulgação)

Estômago, de 2007, tem uma autenticidade notória, é um filme incrível, nos apresenta Nonato (João Miguel) impecável, um chef de cozinha que vai ascendendo socialmente por meio de sua gastronomia. É um filme que mostra bem a comida e poder, onde a gastronomia é muito mais que um simples prato. Agora, 17 anos depois, o diretor Marcos Jorge traz de volta Nonato para Estômago 2: O Poderoso Chef.

O filme inicia com Nonato ainda no presídio, onde o líder é o Etecétera (Paulo Miklos). Somos apresentados ao personagem de Don Caroglio (Nicola Siri), líder de um grupo de mafiosos italianos que está chegando a cadeia.

A produção retorna com a narração em off, agora compartilhada entre os dois personagens – Nonato e Dom Caroglio. Essa divisão de protagonismo entre as duas figuras fica em um vai-e-volta nas histórias prejudicando o desenvolvendo e as possibilidades de ambas.

Na verdade, Nonato acaba perdendo o protagonismo, João Miguel se esforça para trazer os maneirismos faciais de Raimundo Nonato, sem a originalidade do primeiro filme. Há pouca conversa sobre comida (foco da história) se tornando mais uma dissertação cansativa sobre o mundo da máfia.

O ponto alto de Estômago 2 é quando Nonato serve uma coxinha no pátio da cadeia, após um jogo aquecido de futebol entre as “gangues”, fazendo os olhos do italiano Dom Caroglio brilharem. É aí que vemos Nonato em seu máximo e, principalmente, voltamos a ver a comida como forma de poder. O filme acerta nas cenas onde a violência gráfica têm papel fundamental, como um morte com uma tesoura.

Sem a pimenta que todos esperavam, Estômago 2 é um prato requentado sem muito sabor, uma tentativa obsoleta de recriar o dinamismo do filme antecedente. 

Estômago 2: O Poderoso Chef estreia dia 29 de agosto nos cinemas.