Audiência pública vai debater integração para controle da obesidade no Paraná nesta quinta-feira 

Ceres Battistelli

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Mais de 1,4 milhão de pessoas com obesidade  são monitoradas pelo sistema no Paraná.

O Paraná realizará, de maneira inédita, audiência pública que irá discutir “Ações Integradas para o Combate à Obesidade no Paraná”, nesta quinta-feira (22), às 10h, na Assembleia Legislativa. 

O evento – que reunirá representantes de Sociedades Médicas atuantes no tratamento da obesidade, do Conselho Regional de Medicina (CRM) , Conselho de Nutrição, Conselho de Educação Física, Universidades e Secretaria Municipal e Estadual de Saúde – deverá resultar em um projeto de Lei contendo ações integradas para acompanhamento dos pacientes que necessitam de tratamento e também para prevenção.

DADOS DE OBESIDADE

Dados inéditos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), do Ministério da Saúde, revelam que 69% da população paranaense está com algum nível de excesso de peso no último ano.  São 34,1% com sobrepeso, 21,6% com obesidade leve, 8,8% está com obesidade severa e cerca de 4,4% em obesidade mórbida, um quadro de alto risco para a saúde. Mais de 1,4 milhões de pessoas são monitoradas pelo sistema no Paraná.

Os dados estão sendo divulgados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), que solicitou o debate ao Legislativo do Paraná. A proposição da audiência é do deputado estadual, Ney Leprevost, coordenador da Frente Parlamentar da Medicina. 

O Paraná possui políticas públicas voltadas ao controle da obesidade e também lidera o ranking nacional entre os estados com maior número de cirurgias realizadas no país pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com 23.646 procedimentos realizados, entre 2017 e 2022. Já em 2022, foram 1.563 cirurgias bariátricas. Em 2023, entre os meses de janeiro a abril, foram realizados 641 procedimentos pelo SUS.

O presidente da SBCBM,  cirurgião de Londrina,  Dr. Antônio Carlos Valezi, lembra que o Paraná sempre foi uma referência em cirurgias no Brasil. 

“Ano após ano, os índices de obesidade vem aumentando em todo o mundo. Nos últimos anos, principalmente após a pandemia, os pacientes têm enfrentado o agravamento de suas doenças enquanto aguardam pelo procedimento. No entanto, o estado possui um fluxo diferenciado”, destaca Valezi. Ele lembra que a  obesidade é uma doença crônica (incurável), progressiva e que – por possuir várias causas precisa ser tratada com abordagem multiprofissional, incluindo acompanhamento com médico endocrinologista, nutricionista, psicólogo e incentivo à prática de atividade física.

CONSEQUÊNCIAS

Estudos comprovam que cerca de 70% das pessoas obesas mórbidas vão morrer antes dos cinquenta anos e aquelas que chegam até a terceira idade possuem uma qualidade de vida  ruim.

Também abordando o tratamento precoce e clínico, o presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes no Paraná (SBD-PR), Dr. André Vianna, destaca a prevenção do excesso de peso como importante fator para evitar o aumento do número de casos de Diabetes Tipo 2.

“A obesidade é um fator causal para a maior parte dos casos de diabetes tipo 2, que é o mais comum no mundo. Tratar a obesidade consegue prevenir o surgimento de diabetes. Para quem já tem diabetes tipo 2, tratar a obesidade é a prioridade número 1. Porque, no início, é possível reverter e deixar o diabetes em remissão ou melhorar muito os resultados do tratamento com a perda de peso”, explica o especialista. 

Junho verde

 Câncer de rim, uma doença silenciosa que pode apresentar sintomas em estágio avançado

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que a incidência de câncer renal no Brasil é de 7 a 10 casos para cada 100 mil habitantes. Uma doença silenciosa que pode apresentar sintomas quando já está em estágio avançado. “O paciente pode apresentar dores na parte lateral do abdômen, sangramento na urina, massa abdominal palpável e, algumas vezes, sintomas gerais como febre diária, sudorese frequente, cãibras, tremores, hipertensão arterial, alteração de coagulação, anemia, entre outros”, destaca a médica nefrologista Juliana Leme, que integra o corpo clínico do Eco Medical Center, em Curitiba.

O mês de combate ao câncer renal, também chamado de Junho Verde, visa fornecer informações para conscientizar a população sobre a doença. “Os principais fatores de risco, que aumentam a chance de se desenvolver um câncer de rim, são obesidade, dieta rica em gordura, sedentarismo, hipertensão arterial, tabagismo e diabetes”, explica a médica.

 A doença está entre os 10 tipos de cânceres mais frequentes, sendo duas vezes mais comum em homens do que em mulheres, segundo a American Cancer Society. De acordo com os estudos, a idade média das pessoas, quando diagnosticadas com câncer renal, é de 64 anos. “Quanto antes é descoberto o câncer de rim, maiores são as taxas de cura. É possível detectar a doença a partir de exames de rotina, que avaliam a função dos rins. Por isso, é importante realizar acompanhamento médico regular”, orienta a nefrologista.

PREVENÇÃO

Além da alimentação saudável, a prática de esportes ajuda na prevenção da doença.

Segundo estudo da Organização International Kidney Cancer Coalition, a atividade física moderada pode reduzir o risco de desenvolver câncer renal em até 22%. E, quando diagnosticado, pode diminuir o avanço da doença em 15%. “As pesquisas comprovam que é possível reduzir os riscos de desenvolver o câncer de rim através da atividade física frequente. Orientação que vale para a prevenção das doenças renais como um todo”, explica a Dra.  Juliana Leme. 

DOENÇAS RENAIS

De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), estima-se que cerca de 850 milhões de pessoas no mundo, aproximadamente 11% da população, convivam com uma doença renal. No Brasil, a estimativa é de que mais de dez milhões de pessoas sofram com o problema. 

“O número de pacientes com doença renal crônica vem aumentando em todo o mundo. Com o envelhecimento populacional e os hábitos de vida, as duas principais causas, hipertensão arterial e diabetes, também vêm crescendo e como consequência os rins estão sendo mais afetados. Outras causas são nefrites, doenças genéticas, infecções urinárias de repetição, uso crônico de anti-inflamatórios e doenças autoimunes”, completa a médica. 

Os sintomas incluem inchaço, redução do débito da urina, descontrole da pressão arterial, náuseas, vômitos, fadiga e cansaço. 

A época mais fria do ano merece ainda mais atenção. Durante os meses de inverno, é comum a redução da ingestão de líquidos, o que pode levar a quadros de desidratação e comprometer o funcionamento dos rins de forma aguda. “É importante estar atento e manter uma boa ingesta hídrica nesta estação”, conclui a médica .

NOVA UNIDADE PARA TRATAMENTO RENAL 

Pensando no atendimento preventivo e também no tratamento dos pacientes na área da nefrologia, o Eco Medical Center e a NefroClínicas acabaram de inaugurar em Curitiba um serviço diferenciado.

A NefroClínicas conta com uma equipe multidisciplinar para oferecer tratamento em todos os estágios da doença, desde o tratamento conservador até à terapia renal substitutiva (hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal). Em um espaço completo e humanizado, o paciente receberá o cuidado integral com foco em postergar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida. 

“A parceria com o Eco Medical Center vem para unirmos forças em oferecer a melhor experiência para nossos pacientes e suas famílias, promovendo agilidade e resolutividade em todas as áreas da saúde, integração entre as especialidades e acolhimento a todos que precisarem dos nossos cuidados”, destaca a Dra.  Juliana Leme, responsável técnica na unidade.

A clínica de nefrologia oferecerá ainda tratamento de diálise peritoneal com profissionais de referência internacional nesta modalidade, hemodiálise em equipamentos de ponta e hemodiafiltração, um método moderno de terapia renal substitutiva que é indicado em casos selecionados.

A NefroClínicas conta com outras unidades no Rio de Janeiro (Ipanema, Barra da Tijuca e Volta Redonda), São Luís do Maranhão, Brasília e Belo Horizonte.