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Lais Souza com seu equipamento (Divulgação)

Cerca de 8,4% da população brasileira acima de 2 anos – o que representa 17,3 milhões de pessoas – têm algum tipo de deficiência, segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A nível mundial, 1 bilhão de adultos e crianças com deficiência não possuem qualquer tipo de assistência, segundo o Relatório Global sobre Tecnologia Assistiva (TA) publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Foi com a missão de transformar a vida dessas pessoas que a uma startup mineira inventou o Colibri, um inovador mouse de cabeça vestível.

O Colibri é um dispositivo sem fio que, preso a qualquer armação de óculos, permite usar celulares, tablets e computadores apenas com movimentos da cabeça. Desde o seu lançamento, tem feito um enorme sucesso em todo o Brasil, oferecendo uma solução acessível e eficaz para pessoas com deficiência motora.

Uma das mais notáveis beneficiárias desta tecnologia é a ex-ginasta Lais Souza. Tetraplégica após um acidente de esqui em 2014, Laís encontrou no Colibri a ferramenta que precisava para retomar sua autonomia e continuar sua carreira como palestrante e criadora de conteúdo. “O Colibri me abre mais portas para trabalhar, para palestrar, para publicidade. Me deu uma liberdade gigantesca”, afirma Laís.

O Colibri é pequeno, leve, tem bateria recarregável e é fácil de usar. Basta pareá-lo via Bluetooth e está pronto para uso. Além disso, é um dispositivo esteticamente agradável, disponível em várias cores para personalização.

Esse detalhe chamou a atenção dos espectadores que acompanhavam os comentários de Lais Souza durante as transmissões da ginástica artística nas Olimpíadas de Paris 2024 pela Cazé TV. A ex-atleta olímpica escolheu um Colibri verde para combinar com a bandeira do Brasil enquanto se mantinha on-line durante as provas.

Criança com deficiência motivou o invento

A inspiração para criar o Colibri veio de Mikael Monteiro, um garoto de 11 anos que nasceu com artrogripose. Por não conseguir mover os braços, Mikael jogava no celular usando a boca. Motivados pela história de Mikael, os fundadores da Colibri Interfaces e Tecnologia desenvolveram um protótipo de mouse de cabeça em apenas 30 dias. Após 16 meses de testes e aprimoramentos, o Colibri foi lançado em outubro de 2021.

“Construímos em 30 dias o protótipo de um mouse de cabeça para o garotinho, que se adaptou ao recurso imediatamente. O projeto seguiu evoluindo, sempre sendo testado pelo Mikael e outras pessoas com condições semelhantes, até chegarmos a uma versão robusta que batizamos de Colibri”, explica Adriano Assis, sócio fundador da Colibri.

Desde 2021, mais de 1000 pessoas já usaram o Colibri em todo o Brasil em algum momento, provando que a demanda por soluções acessíveis e eficazes é imensa. Sabendo disso, a startup oferece o aparelho também por assinatura, proporcionando acessibilidade financeira e permitindo atender deficiências temporárias.

Outros casos

Marcelo Cunha, pintor e membro da Associação de Pintores com a Boca e os Pés, também teve sua vida transformada pelo Colibri. “Sou tetraplégico há 31 anos e sempre busquei ter uma vida ativa. Nesta rotina, o Colibri se encaixa perfeitamente. Ele me permite ler online, grifar, fazer edições de vídeos e fotos que uso para divulgar meu trabalho. A autonomia que essa tecnologia me dá eu nunca imaginei viver,” relata o artista.

Douglas Reis, de 40 anos, buscava desde 1997 por uma tecnologia como o Colibri. “O dispositivo foi uma grande surpresa na minha vida. Hoje, com o Colibri, eu pisco ou dou um sorriso e já tenho acesso a um mundo de coisas. É incrível,” compartilha Douglas.

Para saber mais, visite o site da Colibri: https://voacolibri.com.br