Defesa deve recorrer para reduzir pena de Carli Filho

Redação Bem Paraná

O advogado de defesa do ex-deputado Ribas Carli Filho, Roberto Brzezinski Neto. disse, na saída do julgamento, que o próximo passo é analisar a possibilidade de recurso à decisão que determinou pena de 9 anos e quatro meses por duplo homicídio com dolo eventual. “Pensamos seriamento em pedir redução de pena ao Tribunal de Justiça (TJ-PR), disse ele.  A decisão do Júri é soberana. Não há como reverter a condenação. Pode-se discutir a pena dada pelo juiz – tanto a acusação, para aumentar, quanto a defesa, para diminuir. Ou então pode-se pedir a anulação do júri, casa seja encontrada causa de nulidade.

 

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Na avaliação de Brzezinski, esse júri foi diferente porque tinha vários conceitos técnicos, que não foram compreendidos pelos jurados. “Infelizmente, os jurados são pessoas leigas. O direito nos era favorável, por isso o Ministério Público procurou fugir desta discussão e sensibilizar os jurados de outra forma. Tanto que estamparam os restos mortais de uma das vítimas no telão para sensibilizar o júri”, reclamou.  O prazo para recurso de cinco dias contados a partir da sentença proferida pelo juiz Daniel Surdi Avelar da 2ª Vara Privativa do Tribunal do Júri. 

O advogado que representou a família Yared, Elias Mattar Assad, afirmou que não vai apresentar nenhum recurso com o Ministério Público do Paraná (MP-PR) para aumentar a pena. Nós já conversamos com a Christiane de que não devemos tentar aumentar a pena imposta pelo juiz, afirmou.

No julgamento, o MPPR sustentou que o ex-deputado não poderia estar dirigindo na noite do acidente por uma série de motivos, como a embriaguez e as reiteradas tentativas de algumas pessoas de dissuadir o réu de dirigir naquela situação, além do excesso de multas (22 por excesso de velocidade). A partir do momento em que ele faz tudo isso, assume o risco de matar. Quanto maiores as circunstâncias, maior a culpabilidade, a responsabilidade do acusado: ele dirigiu sem habilitação, bebeu, foi advertido para não dirigir e trafegou em alta velocidade, ressaltaram os promotores durante o júri.

Os promotores destacaram ainda que o colegiado teve a oportunidade de mudar a mentalidade no país, ao decidir pelo dolo eventual, ou seja, de condenar o ex-deputado por sua conduta de assumir o risco de matar ao dirigir nessas circunstâncias.